The Wicked + The Divine vol. 1

3.8

NOTA DO AUTOR

Eu descobri esse material sem querer. Quer dizer, sua publicação aqui no Brasil: tava zanzando pela Saraiva e vi ele lá, dando sopa. O Pablo Casado sempre fala disso no Twitter e não perdi tempo: catei na hora. Adianto logo que o TP, em capa dura, tem 160 páginas e você acha num preço razoável por aí. Foi de susto que vi a publicação nacional, mas não vamos reclamar: quanto mais material da Image Comics sair por aqui, melhor. E se for por novas editoras, melhor ainda.

Confesso que não li Jovens Vingadores da dupla criativa e tentei, em vão, acompanhar Phonogram, onde eles levam a temática da música pop ao extremo do extremo (é uma lombra só, mas não deu liga). Aqui, o traço Jamie McKelvie e as cores do Matt Wilson casam com o clima da história de uma maneira única, naqueles casos lindos de junção entre texto e arte. Não haveria outras possibilidades aqui. Vê aí:Limitando muito, tem uma coisa meio Laura Allred, meio Luna Brothers (de Alex + Ada também da Image) na arte e nas cores. Tudo bem dinâmico, vivo e essencialmente POP. Essa a palavra-chave pra esse gibi em todos os sentidos. É a história que você deve ler ouvindo música e dançando. Não haverá outra oportunidade pra isso na sua vida.

E a história? O básico do básico: doze deuses reencarnam a cada 90 anos e vivem por 2 anos entre nós (depois disso, eles morrem). Tem deus de todo canto: egípcio, celta, grego, nórdico e até Lúcifer em pessoa, reencarnado numa mulher (e todas as pessoas a chamam carinhosamente de Luci). E como eles reencarnam em jovens, terminam sendo astros pop ultra badalados! Com fãs, fama, jornalistas, loucura, bebida, sexo, paparazzi, redes sociais, doideira e tudo mais que a fama repentina traz aos jovens (não todos, vá lá). “Osíris come sushi no Leblon”. “Marduk faz caminhada pela orla”. “Amaterasu é vista com moreno misterioso”. É muito mais que isso e bem mais legal que o Ego.


Quando eles estalam os dedos, como a Luci está fazendo na imagem acima, então, se prepare que lá vem bagaceira. É meio como eles ativam seus poderes, seja pra matar ou até mesmo pra ressuscitar alguém. Só sei que a cena imediatamente após essa estalada é bagaceira na certa (geralmente com sangue e explosões). Mas o que move tudo isso? A fama vem junto com aquilo que você já sabe: idolatria, fãs, amor e ódio. O mundo não está pronto pra lidar com essas divindades à solta por aí, com muito hormônio correndo pelo corpo e doidos pra serem amados. Esse é o cerne desse primeiro encadernado.


O Kieron Gillen segura sua atenção ao longo das cinco partes desses primeiro encadernado, conduzindo sua história sem deixar cair aquela empolgação da primeira parte, como acontece às vezes. Aqui, não: a história só melhora e você fica ainda mais ansioso pelo que vem. Os diálogos do Gillen são vivos e dinâmicos, fazendo a leitura fluir. E relaxe: se você está pensando que isso aqui é uma Malhação com deuses, esqueça. Não é bem essa a vibe aqui. Lembre-se: é POP e não lamentação.

Já falei que toda a ação se passa em Londres?

  

Roteiro: Kieron Gillen

Arte: Jamie McKelvie e Matt Wilson (cores)

Editor: Chrissy Williams

Capa: Jamie McKelvie e Matt Wilson

Publicação original: The Wicked + The Divine vol. 1 - The Faust Act (novembro de 2014)

No Brasil: dezembro de 2016

Nota dos editores:  3.9


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3 comentários sobre “The Wicked + The Divine vol. 1

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