Diário do Editor #2

Sabe qual foi o melhor filme da DC em 2017? Perdão, Gal Gadot. Perdão, Marlo.

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Professor Marston & As Mulheres-Maravilhas:

O filme de Angela Robinson conseguiu a façanha de contar a polêmica biografia do psicólogo William Moulton Marston sem pré-julgamento, falsos pudores e um casting completamente absorto nos papéis. A narrativa não é nada hermética, tampouco se presta a ser rigidamente documental, mas se o espectador conhece as linhas guias das primeiras histórias da Mulher-Maravilha, vai se deliciar com os paralelos na vida íntima do seu criador (vivido por Luke Evans) e as musas inspiradoras do título, Elisabeth Marston (Rebecca Hall) e Olive Byrne (Bella Heathcote) – respectivamente os arquétipos da Mulher-Leopardo e Diana.

E sim, a vida Marston era digna de um filme mesmo. Ativista de direitos femininos, inventor do polígrafo, criador da teoria DISC e polígamo mor. Seus estudos e conquistas espelham a relação que tinha com as mulheres, não apenas às com que constituiu família, fincando bases do que chamamos hoje de poliamor numa época em que o estadunidense não poderia ser mais conservador. Não só isso, o roteirista original da Super-Heroína mais popular da História chegou aos quadrinhos por pura necessidade, não apenas financeira, mas cientificamente, como experimento, para colocar suas convicções acadêmicas à prova, validá-las, quando ninguém mais lhe dava ouvidos.

O filme começa com uma fogueira de quadrinhos, sinalizando a perseguição de Fredric Wertham.

Ao ter êxito nisso, vendendo tantos gibis quanto Superman ou Batman, ele e sua família viraram alvos preferenciais da caça às bruxas perpetrada por Fredric Wertham – período, inclusive, retratado no filme. O psicólogo também não facilitava, visto que, nem mesmo hoje, pode-se dizer que seja algo fácil justificar a função social dos seus fetiches. A boa notícia é que o background do trio Marston, Elisabeth e Olive me fez olhar a Mulher-Maravilha com outros olhos, especialmente porque nunca fui um ávido leitor da personagem.

Ilustração de Dãozinho, cobrando esse texto.

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Diário do Editor:

No comecinho dessa semana, eu, Yuri e Mauro Ellovitch gravamos um 7 Jagunços Comenta bastante esperado por mim e igualmente protelado. Novamente, fiz as vezes de Host e o frio na barriga em relação à primeira experiência continuou o mesmo ou, vá lá, até piorou. Talvez tenha sido pior porque falamos do meu personagem Marvel favorito e tive certo receio de que tenha pesado demais na pauta – 100% roteirizada. Como estou no comecinho da edição, só saberei ao certo se travei [ou não] a discussão quando estiver com o arquivo finalizado. Logo que publicá-lo, anexarei essa pauta como extra junto com o podcast; como o 7 Jagunços Comenta não tem periodicidade definida, ainda não tenho uma data para informar aos senhores, mas posso garantir que não vai demorar.

Mudando de assunto, uma de minhas maiores preocupações desde que comecei a cuidar da edição do 7 Jagunços tem sido a qualidade do áudio, e uma vez que descobri o LX-3000 da Microsoft, virou uma cruzada pessoal que o casting todo adquirisse os seus e, por fim, padronizássemos esse equipamento. Outra luta, mas que acabamos desistindo tão logo começamos o podcast foi a de gravá-lo pelo Skype. Além de instável – o Confins do Universo não me deixa mentir –, não consegui um bom rendimento do bruto pós-captação. Então, por onde gravamos o 7 Jagunços, Pilha de Gibis e o Comenta? Antes da resposta, leiam abaixo esse trechinho do livro Podcast: Guia Básico, do Leo Lopes (Radiofobia):

Leram? Pois bem, fazemos exatamente o que ele não recomenda. Gravamos via Hangout, extraímos o áudio e tratamos no Audacity ou congêneres, como a maioria dos podcasters costuma fazê-lo. É bem verdade que a trilha demanda mais cuidados, sobretudo no momento da captação, já que, como não há opção de faixas individualizadas [ou canais], as vozes podem se embaralhar caso duas ou mais pessoas falem ao mesmo tempo. Sim, isso pode ser um problema. No nosso caso, tivemos que nos policiar mesmo. Não tem segredo, se o choque de falas ocorre, repetimos. Claro, isso nem sempre é possível, mas dá para controlar 90% das incidências. Mas o que quero dizer é que discordo do excerto acima. Dá para manter sim um padrão de qualidade com o Hangout. É verdade que exige mais atenção, mais cuidado, mas definitivamente não é uma opção que deve ser descartada sumariamente, principalmente se a operação não lhe trás nenhum retorno financeiro – o que justificaria um refinamento técnico ou aporte de equipamentos, softwares de ponta etc.

O pessoal do Fatal Error Nerd elogiou nosso áudio; a propósito, eu e Reginaldo gravamos para eles um micropodcast [de 12min] para falar do nosso melhor/pior filme de 2017 e uma recomendação para 2018. Logo mais deve ir ao ar no especial deles.

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Ultimas Aquisições:

Star Wars, Capitã Phasma #1: Phasma vai ficar marcada como o Boba Fett dessa geração. Tal como o icônico Caçador de Recompensas da trilogia original, a Capitã dos Stormtroopers da Primeira Ordem entra muda, sai [praticamente] calada e conta com uma indumentária tão marcante quanto àquela armadura mandaloriana de outrora. A trama? Lembra que sua participação em Despertar da Força se encerra com ela em maus bocados com a base Starkiller prestes a ir pelos ares? Pois bem, essa minissérie em duas edições pretende contar como ela sobreviveu à explosão e o que fez da vida até Os Últimos Jedi. Escalpo, Livro 1: olha, eu amo essa série e não discordo que mereça uma edição caprichada em capa dura, mas precisava ser tão cara? Quer dizer, estamos falando de 11 edições a um preço [cheio] de R$120,00! Se a Panini Books seguir com o planejamento editorial gringo, ao total serão 5 volumes. Ninguém me perguntou, mas eu preferia que a coleção saísse em TPBs; seriam 10 e custaria 1/3 do modelo adotado aqui. Enfim, não adianta reclamar, só podemos torcer para que não demore tanto quanto ZDM para ser concluído.

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Até semana que vem!
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