Fora da Pilha #05

Olá, pessoal!

No primeiro Fora da Pilha, eu comentei sobre minha experiência com eventos de quadrinhos, mas, propositalmente, deixei de fora minha experiência com o que é hoje o maior evento de cultura pop do Brasil e um dos maiores do mundo, a CCXP – Comic Con Experience.

Uma das melhores coisas em eventos de quadrinhos é poder conhecer os artistas que fazem aquele material que você tanto gosta; e, em relação a isso, não existe lugar melhor do que a CCXP, evento realizado anualmente em São Paulo desde 2014. Não pude ir na primeira edição, mas, desde 2015, fui em todas, e o evento fica cada vez maior. Desde 2016 é propagandeado que está na CCXP o maior Artists Alley do mundo. Não duvido, pois em 2017 teve mais de 390 mesas e quase 500 artistas nessa área, fora os autores convidados por stands e lojas que estiveram presentes o evento. Você pode ler nosso relato do evento de 2016 aqui, aqui, aqui e aqui.

A CCXP nasceu como um evento de cultura pop, e não exclusivamente de quadrinhos. Além dos convidados da área, participam também atores, diretores, produtores de filmes, além das “celebridades” nerds, como youtubers. Apesar de ser um evento pago (e caro), a cada ano o público aumenta. Com uma demanda de público maior, uma coisa é inevitável: filas. São cada vez maiores e mais demoradas; mas, em um evento como esse, você tem que escolher o que quer ver, pois é impossível ver todos os painéis e palestras que acontecem ali. O absurdo mesmo é que vi gente defendendo que os ingressos devem ser ainda MAIS caros para que o evento se torne cada vez mais “elitizado”.

Ano passado, foi a primeira vez que fui a um evento de quadrinhos com a missão de cobrir o evento para o Arte-Final. O resultado foi a série de podcasts publicados ainda durante o evento com entrevistas com gente do naipe de Sidney Gusman, Marcus Ramone e Ivan Freitas, Luciano Salles e Daniel HDR, Alexandre Lourenço e Raphael Fernandes, Hector Lima, Pablo Casado, Talles Rodrigues e Felipe Nunes, Bianca Pinheiro, Felipe “Change” Barros e Eduardo Medeiros (você pode ouvi-las aqui).

Os ingressos da edição desse anos já estão à venda, e os preços continuam altos. Os desse ano vão desde R$ 89,99 (meia-entrada de quinta-feira) até R$ 7.499,99 (ingresso Full Experience, que dá direito à entrada na spoiler night, na quarta-feira anterior ao evento, acesso VIP com entrada antecipada em 1h, entrada garantida e assento reservado em área VIP do principal auditório, uma foto e um autógrafo com 4 artistas convidados, 4 colecionáveis exclusivos da CCXP, acesso ao VIP lounge, com alimentação e concierge, além de um kit completo, com sacola exclusiva, camiseta, pin, cordão, poster oficial autografado, poster com a arte exclusiva do Ivan Reis pro colecionável do Bane do Iron Studios e pin do Iron Studios e 10% de desconto em compras em algumas lojas parceiras). Mesmo para quem dispõe dessa grana, vale à pena esse ingresso VIP?

Pra mim, definitivamente não vale. Das vantagens que ele apresenta, só me interessaria pela entrada na spoiler night, o acesso VIP com entrada antecipada e esse vip lounge, mas não a ponto de pagar essa fortuna, ou até os R$ 1099,99 que o ingresso de Epic Experience cobra e dá direito a duas dessas três coisas que eu gostaria de pegar. A parte de quadrinhos, que é o que me interessa, não tem nenhuma vantagem em relação aos outros ingressos. A maior parte dos artistas convidados do evento não chegam na abertura, quanto mais na abertura antecipada, e esses ingressos não te dão direito a “furar” a fila desses artistas.

Mais uma vez tentarei ir em pelo menos dois dias, e novamente farei a cobertura do evento pro site e pros podcasts. Dessa vez provavelmente teremos reforço da equipe do Arte-Final in loco.

Pessoalmente, gostei de reencontrar alguns amigos que os quadrinhos me trouxeram e, também, fiquei orgulhoso de mim mesmo por minhas compras serem de uns 90% de quadrinhos independentes. Como disse anteriormente, a melhor coisa desses eventos é a possibilidade de conhecer os artistas e também conhecer material novo, que de outra forma você talvez não teria acesso.

Enquanto isso, na Pilha de Leitura…

Dando vazão às minhas compras da CCXP de 2016, li recentemente Tungstênio, de Marcello Quintanilha. A obra foi premiada em Angouléme e foi adaptada pra um filme dirigido por Heitor Dhalia que estreia no próximo dia 10 de maio.

O gibi é belíssimo e se passa numa Salvador bem contemporânea e mostra como as histórias de 4 elementos (um policial, um traficante, um militar aposentado e dois pescadores ilegais) se cruzam de maneira brilhante e como tudo é costurado, de maneira que coisas aparentemente sem conexão fazem parte de um mesmo contexto.

Leia o gibi e veja o filme. Ou veja o filme e leia o gibi.

Até a próxima coluna!


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