Vingadores: Guerra Infinita

4.9

NOTA DO AUTOR

10 anos e 18 filmes depois, finalmente chegamos ao ápice de tudo que vinha sendo construído no Universo Cinematográfico da Marvel. Vingadores: Guerra Infinita é o maior filme já feito na franquia, e por que não, um dos maiores da história do cinema? Quer dizer, US$ 630 milhões num único final de semana – sem sequer estrear no mercado chinês – além de dar o que pensar já desbanca o até então recorde de Velozes e Furiosos 8, de US$ 543 milhões.

Se você esteve em Titã nos últimos 10 anos, deixa eu contextualizar: em 2008 a Marvel resolveu produzir os próprios filmes. Mas suas principais estrelas (Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico) estavam nas mãos de outros estúdios. Só sobraram os heróis mais desconhecidos do grande público, como Capitão América, Thor e Homem de Ferro. Resolveram começar com o mais palatável, afinal era um pouco complicado vender um herói que vestia a bandeira dos EUA e um Deus do Trovão.

Jon Favreau foi o escolhido para dirigir e Robert Downey Jr para dar vida ao Tony Stark. Filme extremamente divertido, com várias referências aos quadrinhos. Mas a revolução se deu ao final do filme. Na verdade, depois que o filme acabou, numa cena pós-crédito, inaugurando uma tradição que se perpetraria durante todas as películas vindouras. Nick Fury aparece, encarnado pelo Samuel L. Jackson (a personificação da versão ultimate do personagem), e fala para o Tony sobre a Iniciativa Vingadores. Logo depois, a Marvel anuncia a continuação do filme do Homem de Ferro e os filmes do Thor e do Capitão América, e em seguida, Vingadores, que reuniria os personagens e elencos desses filmes anteriores.

O resto, como diria o outro, é história. Tivemos mais duas continuações dos filmes do Capitão América e do Thor, um Homem de Ferro 3, além de dois filmes dos Guardiões da Galáxia, Homem Formiga, Dr. Estranho, Pantera Negra e a parceria com a Sony que resultou na utilização do Homem-Aranha nesse universo compartilhado. Além de toda a movimentação desse universo com a TV também, que gerou 3 séries para TV aberta (Agentes da S.H.I.E.L.D., Agente Carter e Inumanos) e as séries da Netflix dos heróis urbanos (Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Defensores e Justiceiro), todo estúdio procurou um universo compartilhado para chamar de seu. A Universal está tentando com seus monstros e a Warner com os heróis da DC, ambos estão falhando até agora.

Mas voltando a falar de Vingadores: Guerra Infinita, temos que destacar o seu protagonista. Não, não é o Tony Stark, o Capitão América ou o Thor. É Thanos, o Titã Louco, interpretado através de captura de movimentos por Josh Brolin, que já deu vida a outros personagens de HQs como o Jonah Hex no filme homônimo e o Dwight em Sin City: A Dama Fatal. E dia 17 estreia como Cable em Deadpool 2. O Thanos do Brolin – e por que não dizer, dos Irmãos Russo? – é bem mais crível do que sua versão dos quadrinhos. Nos gibis, o Thanos é um niilista supremo, a ponto de amar a Lady Morte. Para agradá-la, ele busca dizimar metade da população universal. No filme, Thanos continua um genocida cósmico, mas seus objetivos são bem mais nobres, por assim dizer. Ele chega à conclusão de que o universo está superpovoado, e a única forma do universo sobreviver seria reduzir sua população à metade.

Para isso, ele precisa reunir as joias do infinito, que já foram apresentadas nos filmes anteriores. Vingadores: Guerra Infinita mostra a jornada do Thanos em busca desses artefatos e como os heróis estão tentando impedi-lo. E conforme o filme vai passando e o Titã louco vai atingindo seu objetivo, a sensação de perigo vai aumentando de modo tal, que o espectador sente na pele que ninguém está à salvo.

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Proceda por sua conta e risco. Spoilers à frente!

O primeiro indício disso se dá já na primeira cena, continuação direta da cena pós-créditos de Thor: Ragnarok, o Thanos entra em confronto aberto com o Hulk e o resultado é uma quebra de expectativa na relação Banner/Monstro que percorre durante todo o tempo de tela dos dois. E olha que, nesse momento, ele possuía apenas a joia do Poder, recuperada em Xandar, destruída pelo vilão em momento apenas citado no filme.

Após coletar a joia do Espaço em poder de Loki, ele mata o meio-irmão de Thor e, no processo, descobre a localização das demais gemas, com exceção da Alma, a única ainda inédita no UCM. Assim, enquanto o genocida sai em busca do seu paradeiro dessa última e Realidade, de posse do Colecionador em Lugarnenhum, seus asseclas vão à Terra recuperar a joia da Mente, aos cuidados do Visão, e Tempo, ou seja, o Olho de Agamotto do Dr. Estranho.

Nesse momento a trama se divide em três núcleos, quais sejam: (1) o do Thor, Groot e Rocky, que precisam forjar uma arma à altura de um Round 2 com Thanos; (2) o do Homem de Ferro/Homem-Aranha, embarcados clandestinamente na nave de Fauce de Ébano para salvar o sequestrado Dr. Estranho – uma vez que rumavam para a alquebrada Titã, lá se juntam aos demais Guardiões da Galáxia; e (3) o núcleo da Terra, que conta com todos os outros heróis, os Vingadores ilegais (Secretos) liderados pelo Capitão América numa Wakanda sob cerco.

O que vemos a seguir é uma ação desenfreada, como nos melhores eventos de verão dos quadrinhos. Aliás, essa é a melhor definição para esse filme: um mega-evento de quadrinhos em live-action. Pode-se dizer que os momentos de definição de Guerra Infinita são (1) quando Thanos descobre¹ o preço que ele precisa pagar para ter a joia da Alma, (2) a expressão no rosto do Peter Quill quando lhe é revelado o destino de Gamora e (3) a sequencia final com os personagens sumindo após o icônico…

…estalar de dedos.

¹ E quem o informa disso é ninguém menos que um Caveira Vermelha meio Nick Fury em Pecado Original.

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Para quem só acompanha o UCM, esse final é realmente bastante chocante. Já li alguns relatos de crianças saindo chorando do cinema. Não é para menos, afinal metade dos personagens desaparece no desfecho do filme. Mas para quem acompanha os quadrinhos, isso não chega a ser nenhuma novidade, principalmente se você ouviu o 7 Jagunços #36 – Desafio Infinito. Posto isso, só sobram no final os Vingadores originais, Nebulosa, Rocky, Máquina de Combate, Okoye e o M’Baku.

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E Thanos, olhando um belíssimo pôr do sol, orgulhoso de um trabalho bem feito.

A cena pós-crédito diz muito do que pode vir a ser Vingadores 4. Nick Fury, pouco antes de também desaparecer, aciona um gadget parecido com um pager e envia uma mensagem. Em seguida, o símbolo da Capitã Marvel aparece. Kevin Feige já disse que ela é a heroína mais poderosa do UCM, então nada mais justo que ela seja uma das protagonistas desse segundo ato. Saberemos mais sobre isso quando Vingadores 4 (ainda sem um subtítulo definido) estrear em maio de 2019. Até lá, teremos Homem-Formiga & Vespa, que estreia no próximo dia 05 de julho, e o próprio filme solo da Capitã Marvel, em março de 2019.

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