Eight: Forasteiro

4.0

NOTA DO AUTOR

Uns bons anos atrás, Rafael Albuquerque lançou pelo IG Jovem uma webserie chamada Tune 8. Pois bem, essa série é a base de Ei8th, que saiu lá fora em capítulos pela Dark Horse Comics (posteriormente foi encadernada) e lançada no Brasil na CCXP de 2015, numa parceria da Panini com o Stout Club, selo criado pelo próprio Rafael, junto com a fotógrafa Deb Dorneles e o designer Rafael Scavone – e já lançaram meio mundo de coisa legal.

Dependendo de quem você seja, poderia apelar pro seguinte: um gibi lançado por um selo chamado STOUT CLUB deve ser motivo mais do que suficiente, não? Se você já não fechou essa aba e foi comprar a revista (pode fazê-lo por aqui), tentarei convencê-lo a comprar apenas por um único motivo: essa revista é muito boa. Veja que não disse essa história, esses personagens ou os desenhos! Falei a revista! E o que temos aqui?

Ficção científica na veia, viagens no tempo, um mundo distinto ao nosso (além do nosso, é claro), personagens carismáticos e bem desenvolvidos, um herói sem memória e diálogos redondinhos. A leitura flui que é uma beleza, quando você menos percebe, terminou a revista e quer mais desse mundo! Gibizaço! Os amantes de FC mais hard podem chiar um pouco por causa dessa “fluidez”. Você fica com vontade de voltar e reler com mais atenção porque sempre tem umas coisas que vão sendo soltas aqui e ali, mas os autores não se aprofundam muito, entregando uma história frenética e cheia de ação non-stop. Quem diabos não gosta de uma história com ação e aventura muito bem feita?

A viagem no tempo, que sempre pode azedar o doce, está muito bem construída e com uma simplicidade tão tocante que pode, num primeiro momento, deixar puristas irritados pela falta de cálculos matemáticos, teorias de Física Quântica e explicações científicas calcadas em estudos que só vimos falar em capas da Galileu. Mas ela funciona e insere elementos interessantes, como o próprio lugar onde se passa a história: o Meld. Falar mais vai estragar, mas fique sabendo que viagens temporais perpassa por todos os cinco capítulos da trama.

E por falar na trama, posso resumi-la bem rapidamente sem estragar sua experiência: Joshua tem uma missão que envolve um retorno a um ponto do passado não explicado, numa dimensão diferente, totalmente inóspita e desconhecida. Seu único motivo para fazer tal viagem é a chance de salvar sua esposa de uma doença grave – e não só isso, é claro: sempre há mais. A viagem, enfim, dá certo; o que dá errado é o fato de Joshua chegar ao seu distinto sem se lembrar de absolutamente nada, apenas com um número 8 gravado em seu braço e seu rádio comunicador falhando.

Caso não conheça Rafael Albuquerque nem do Vampiro Americano que é lançado pela Panini, fique sabendo que pode ir sem medo: o cara é um MONSTRO desenhando! Tem um traço bem particular e característico (que eu adoro) e uma narrativa espetacular, dessas que deixa você preso o tempo todo. Em resumo, se tá procurando uma boa FC cheia de ação mistério e sem medo de resolver seus enigmas, pode ir sem medo: é um arco fechadinho, que se resolve em si mesmo, mas que deixa aberto aquele mundaréu de possibilidades.

 

  

Roteiro: Mike Johnson e Rafael Albuquerque (história)

Arte: Rafael Albuquerque

Editor: Érico Rosa (Panini) e Rafael Albuquerque (Stout Club)

Capa: Rafael Albuquerque

Publicação original: Ei8ht: Outcast (outubro de 2015)

No Brasil: dezembro de 2015

Nota dos editores:  4.0


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