Heroes in Crisis #01

2.5

NOTA DO AUTOR

A primeira edição dessa nova saga da DC Comics possui uma capa variante com a Arlequina e o Gladiador Dourado e o ambos estão nas duas primeiras páginas do gibi. De certa forma, o Arlequina e Gladiador Dourado vão “protagonizar” toda essa primeira edição, entremeada com uma conversa à distância entre a Trindade – apenas no final, Batman, Mulher-Maravilha e Superman se reúnem, no local chamado de Santuário.

Dessa forma, a premissa é a seguinte: criou-se um robô com feições humanas utilizando tecnologia kryptoniana para funcionar como uma espécie de terapeuta. Como sabemos, os heróis enfrentam as mais variadas ameaças, vindas de outros planetas ou forjadas aqui na própria Terra. Lidam com a maldade humana a todo momento, vendo as mais cruéis atrocidades, crimes, assassinatos, além de motivações que abalariam qualquer ser humano normal. Lidam e veem isso em seu cotidiano: lutar contra o crime é um fardo pesado demais para se carregar. Seria natural, então, que os heróis, volta e meia, precisassem de alguém para desabafar, contar seus problemas, ter uma conversa franca, seja para entender as ameaças enfrentadas diariamente, seja apenas para descarregar um pouco da tensão do dia a dia. Afinal, nem todos por aqui são alienígenas superpoderosos ou semi-deuses. Se todos nós estamos suscetíveis ao stress do trabalho, por que com os heróis seria diferente?

Essa é a ideia básica por trás de Heroes in Crisis. E como o próprio Gladiador Dourado “explica” ao final da primeira edição (num total de nove), o Santuário possui a vontade do Batman, a compaixão da Mulher-Maravilha e a honra do Superman. Em suma, a máquina perfeita para uma tarefa para lá de complicada.

Nessa primeira edição, entre a luta de uma fortíssima Arlequina contra um melancólico Gladiador, temos a Trindade indo até o Santuário (que é um local e, me parece, um personagem) e lá encontram alguns heróis mortos, entre eles o Arsenal e o Flash (Wally West, o antigo, esse que voltou com o Renascimento), além do próprio Santuário (vemos três robôs no chão, sendo dois deles uma versão dos pais adotivos do Superman, Jonathan e Martha Kent). Quem os matou? O que é e quem é, afinal, o Santuário? E por que Arlequina e Gladiador estão lutando? Essas são as primeiras perguntas que surgem.

O resto do gibi são páginas individuais para Tom King, escritor da história, exercer seu maior vício narrativo: uma página inteira com nove quadros, apenas com um personagem olhando para nós e falando com alguém que não sabemos quem é: Arlequina, Gaio, Joto, Arsenal e Gladiador Dourado são utilizados por King para lermos diálogos espertos e afiados, como se os cinco fossem o mesmo personagem com origens e problemas diferentes.

Por sua vez, Clay Mann está desenhando muito. A página com os créditos, com o nome da saga escrito como se fosse uma sombra pairando sobre uma grande plantação, é sensacional. Todo o resto, também, é muito caprichado, em especial as cenas do Superman chegando até o local onde seus amigos estão mortos. A DC acertou em cheio ao contratá-lo e Mann vem ganhando cada vez mais espaço, sobretudo na mensal do Batman.

Bem, se você achou que leu a última minissérie com mortes de heróis cheias de mistério, grandes segredos envolvendo a Trindade e personagens secundários ganhando destaque, sinto dizer: você se enganou.

 

  

Roteiro: Tom King

Arte: Clay Mann

Editor: Jamie S. Rich

Capa: Clay Mann, Mark Brooks, J.G. Jones, Ryan Sook e Francesco Mattina

Publicação original: setembro de 2018

No Brasil: 

Nota dos editores:  1.3

Nota dos leitores:  0.6


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