Novo Super-Man – Volume 2

4.0

NOTA DO AUTOR

A Panini segue publicando um dos títulos mais divertidos dos quadrinhos norte-americanos atuais. Nesse segundo encadernado (lançado seis meses após o primeiro volume) do Novo Super-Man, acompanhamos o Homem de Aço chinês, Kong Kenan, o protagonista mais improvável e imprevisível da DC Comics. O roteirista Gene Luen Yang optou por arcos curtos de duas partes, mas que acontecem praticamente em sequência, sem esquecer de fazer a grande história andar.

No primeiro volume, vimos o surgimento desse novo herói da China e a formação de uma Liga da Justiça chinesa. Um dos mistérios apresentados por Yang, o passado dos pais de Kenan, fica um pouco de lado nesse segundo volume, aparecendo apenas ao final do mesmo, naqueles ganchos que deixam você ansioso pela continuação da história. Ao mesmo tempo, vemos o protagonista lutando para controlar seus poderes, cada vez mais instáveis, sobretudo em momentos que ele mais precisa. Nesse sentido, um mestre entra no caminho de Kenan, um com um nome bem clichê quando o assunto é China na DC Comics: I-Ching. Yang brinca com esses clichês como poucos.

Ao lado de conflitos políticos e ideológicos dos quais Kenan Kong dá pouca importância (e pouco compreende), ele finalmente conhece o Superman original, numa viagem a Metrópolis. Gene Yang, que escreveu um pouco da mensal do Superman antes do Renascimento, aproveita para mostrar toda a grandeza do personagem nesse papel de tentar guiar um jovem herói perdido, desmotivado e um pouco egocêntrico. É o ponto alto do encadernado.

Além disso, o foco recai um pouco sobre outros elementos da história. Conhecemos um pouco mais sobre a formação de Wang Baixi, o Batman da China. Acompanhamos o herói numa visita ao seu centro de treinamento, onde outros Batmans são treinados e formados, dentro da lógica do gigantesco Estado chinês, uma entidade onipresente. Peng Deilan, a Mulher-Maravilha, também revela um pouco de sua real natureza, se revelando ser algo bem maior do que um ser humano.

Em síntese, Gene Yang aprofunda mais seus personagens (nesse embalo todo, surge a Flash da China) sem fugir do foco da história, tudo dentro da narrativa. Está ampliando o universo do Novo Super-Man, subvertendo clichês (quando não, tirando sarro deles) e inserindo elementos culturais e políticos chineses sem parecer panfletário, desrespeitoso ou excessivamente didático. Então, finalmente temos contato com algumas coisas da riquíssima cultura chinesa, tais como questões filosóficas, religiosas e mitológica. Estamos cada vez mais nos afastamos dos elementos ocidentais, mas sem perder o chão.

A arte, por sua vez, segue competente. Viktor Bogdanovic, responsável por todo primeiro volume, ficou responsável apenas pelo segundo arco: o primeiro e o último foi desenhado por Billy Tan, sem perder muito a identidade visual, algo bem comum no moderno rodízio de artistas. Em suma, como já falamos algumas vezes (no review do primeiro volume – leia aqui – e nos dois podcasts sobre – ouça aqui e aqui), Novo Super-Man continua sendo o gibi mais divertido nas bancas atualmente. É o melhor espírito do Superboy havaiano.

 

  

Roteiro: Gene Luen Yang

Arte: Billy Tan e Viktor Bogdanovic

Editor: Eddie Berganza

Capa: Viktor Bogdanovic e Mike Spicer

Publicação original: New Super-Man #7-12 (março de 2017 a agosto de 2017)

No Brasil: fevereiro de 2018

Nota dos editores:  4.0


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