O Segredo da Floresta

Dois meio-irmãos: a mais velha, Nina, na fase “aborrescente” e meio revoltada com a nova família. O mais novo, Lucca, um garoto esperto que gosta da madrasta e da “irmã” e tenta a todo custo conquistar a amizade dela. A mãe da garota acaba tendo que sair de casa e tem que deixar a filha com o marido, que não gosta muito da ideia, porque havia planejado uma pescaria há meses. Ele decide levar as crianças na viagem, pois seria uma excelente oportunidade de conviver mais com os dois, principalmente com Nina. No meio da primeira noite, a cadelinha do Lucca, Dita, late pra alguma coisa e sai correndo do acampamento para o meio da floresta e Lucca vai atrás. Nina não quer deixar o garoto só e o segue. A aventura está só começando!

O gibi, o primeiro escrito por Thedy Corrêa, vocalista da banda gaúcha Nenhum de Nós e fã de quadrinhos, me lembra muito aqueles bons filmes oitentistas que passavam na Sessão da Tarde. Como você deve ter percebido, o roteiro é bem simples e cheio de clichês, mas isso nunca foi uma coisa ruim naqueles filmes que amávamos assistir.

Thedy teve ajuda de Rafael Albuquerque (que já podemos chamar de veterano das HQs) e Rafael Scavone, editores e criadores do Stout Club. Os desenhos são de Felipe Nunes, autor de Dodô e Klaus. E que desenhos! Perfeitos para o clima dessa história infanto-juvenil. Cartunescos e estilizados na medida certa. Uma narrativa excelente, que faz você ler o gibi numa sentada só.

Voltando para a história, antes que a Nina vá atrás do Lucca, ela tenta acordar o padrasto e os amigos dele, mas em vão. Ela segue o Lucca e eles se embrenham no mato, e aí que as coisas acontecem. Na procura pela Dita, eles encontram o lenço que ficava amarrado no pescoço dela e temem pelo pior. Nina tenta convencer o garoto a voltar, mas ele disse que não volta enquanto não achar sua cadela.

Andando pela floresta, eles veem um vulto de uma criatura esquisita, saem correndo e acabam caindo numa armadilha. Uma senhora que mora na floresta acaba vendo e tirando os meninos da armadilha e os leva para sua casa. O ato final começa aqui, e contar mais vai ser dar muito spoiler e garanto que vale a pena ler o gibi.

A HQ, apesar de ser infanto-juvenil, vai agradar leitores de todas as idades. Os desenhos do Felipe estão muito bonitos, e as cores de Fabi Marques deixam tudo melhor. Apesar da pouca idade, o Felipe já mostrou a que veio tanto nessa edição como nos seus trabalhos anteriores.

Lembrando que essa publicação foi mais uma da parceria da Panini com o Stout Club, que já havia lançado Eight e Xampu e promete pra esse ano Open Bar, de Eduardo Medeiros, entre outros. E é uma excelente iniciativa da Panini para apoiar os quadrinhos nacionais com material de excelente qualidade.