Super Ego: Assuntos de Família

5.0

NOTA DO AUTOR

Depois do sucesso de All-Hipster Marvel, Alan Moore: O Mago Supremo e Panza, Caio “Zed” Oliveira está de volta com mais uma obra financiada pelo Catarse. Super Ego: Assuntos de Família conta a história do psicoterapeuta da comunidade super-humana. Afinal, como diz na contra-capa, “com grandes poderes, vem grande ansiedade, angústia e expectativas…”

Apesar do personagem-título, o Dr. Ego, a história é centrada em Lester, o “adolescente” superpoderoso filho dos dois maiores heróis daquele universo, Savior e Vênus. Coloquei o termo adolescente entre aspas porque ele já tem 29 anos, mas devido aos seus poderes, ele não envelhece como pessoas comuns, por isso tem o físico e a mente de um garoto de 16 anos, mas com o poder de fazer malabarismos com os planetas do sistema solar.

Ele está eufórico porque finalmente conseguiu chamar uma garota pra sair e precisa compartilhar isso com seu terapeuta e único amigo. Assim começa a história.

No decorrer do gibi, dividido em 4 capítulos, Caio nos apresenta suas versões de super-heróis que conhecemos bem, desde um playboy, bilionário e futurista que pilota um mecha luchador mexicano chamado El Luchador de Fierro até um cara sem poderes munido apenas de um arco e flecha chamado Golden Arrow, passando por um membro de super-sentai japonês que resolveu seguir carreira solo chamado Blue One.

A ideia toda de um terapeuta de superseres é tão simples e genial que nenhuma editora major conseguiu colocar em prática da forma que o Caio utiliza. Esqueça o Dr. Leonard Samson. Ele sempre deixou o Bruce Banner/Hulk pior do que antes de conversar com ele.

O gibi conta a rotina desse profissional e nos mostra um pouquinho das neuroses que todos temos, mas que aqui se tornam maiores, pois alguns dos indivíduos tratados pelo Dr. Ego podem destruir o planeta facilmente. Além das suas consultas regulares, o psicoterapeuta dos heróis também faz trabalhos de campo, quando algum dos seus pacientes surta e ele é chamado para tentar resolver a situação.

Mas a história do Dr. Eugene Goodman, nome real do Dr. Ego, não é só isso que aparenta. Ele mora com seu avô, Harold Goodman, que parece ser apenas mais um velhinho amargurado que nós já nos acostumamos a ver por aí. O último capítulo do gibi conta a história deles, que eu não vou contar aqui por ser uma excelente e corajosa reviravolta, fechando com chave de ouro esse volume (que espero ser apenas o primeiro de vários).

A arte de Caio se sobressai. Casa perfeitamente com o clima do gibi, que através de um esforço do próprio Caio, saiu com belíssimas cores de Lucas Marangon. O atraso para a publicação (que deveria ter saído em janeiro e foi publicado apenas em março) valeu a pena para que ele saísse em cores.

Uma das mais geniais sacadas da revista é o fato do Dr. Ego só atender a seus pacientes mascarado, pois segundo ele, só um mascarado poderia aconselhar outro mascarado. Caio gostaria que o personagem usasse uma máscara rorschach, mas essa ideia já havia sido usada. Então, como ele revelou nos extras, seu irmão Bernardo (com quem ele colaborou em Panza) sugeriu a máscara espelhada, pro paciente se ver refletido durante as sessões.

Cheio de extras, a revista conta com pin-ups dos principais personagens, feito por vários artistas internacionais, bem como um pouquinho do processo criativo do Caio e também estudos de personagens.

Caso queira comprar a edição (e eu recomendo muito, sério!) pode acessar a página do Caio no Facebook ou, se preferir, comprar a versão importada na Amazon.

 

  

Roteiro: Caio Oliveira

Arte: Caio Oliveira

Editor: 

Capa: Glenn Fabry

Publicação original: 

No Brasil: Março de 2017

Nota dos editores:  4.5

 

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