Mayara & Annabelle Vol. 2

4.0

NOTA DO AUTOR

Depois dos ganchos deixados na primeira edição, o segundo volume de Mayara & Annabelle, de Pablo Casado e Talles Rodrigues, começa dois meses após o final do primeiro número. A ninja e a maga já se tornaram amigas e confiam uma na outra. A atividade Fora do Comum aumentou muito no Ceará e o governo precisa fazer alguma coisa, afinal, as eleições estão chegando.

Apesar do trabalho extra, Mayara continua tentando provar sua teoria e voltar à SECAFC-SP e Salgado continua ajudando a ninja com sua investigação, mas as pistas são poucas. Resta então confraternizar com os amigos – nesse caso, com os amigos da Annabelle; e ser amigo da Annabelle não é fácil, já que ela tem que analisar o mapa astral da pessoa primeiro pra depois decidir se vai ser amiga dela ou não.

Nesta edição, nós finalmente conhecemos o Secretário de Atividades Fora do Comum do Ceará, Miguel Wañapaqu, que vai participar de uma coletiva de imprensa com o governador pra oferecer uma resposta para o opinião pública, que criticava o governador por ter apenas 2 funcionárias para lidar com toda a atividade Fora do Comum no Ceará. Essa atividade está chegando até o interior do estado.

Aqui, a história fica bem familiar pra quem mora no Nordeste. Coronelismo, mesmo que misturado com fantasia, ainda é uma realidade na região. Os Ramos, uma das mais antigas e influentes famílias de magos da região, que construiu seu poder como fazendeiros e utilizando práticas coronelistas, estão decadentes, mas passaram a utilizar mão-de-obra Fora do Comum para tentar recuperar seu prestígio.

Na década de 80, o Ceará tinha uma atividade acima da média de fenômenos Fora do Comum e a SECAFC-CE era bem mais atuante. Eram poucos os demônios que conseguiam prosperar no estado: apenas os que sabiam se misturar. Os Fontes eram os melhores nisso. Sabendo que o aumento da atividade não seria bom pra eles, decidiram dar o pontapé inicial no plano que mais tarde ficaria conhecido como O Acordo.

Porém, aparentemente, o Acordo estava sendo quebrado pelos Ramos. Mayara e Annabelle viajaram pra Lavras de Pedra Branca pra investigar um ataque de Lobisomem. A esposa do homem atacado não quer falar nada, pois se sente ameaçada pelos Ramos, mas o filho do casal, que sobreviveu ao ataque, fala com as meninas. Como se pode imaginar, a coisa não sai bem do jeito que elas planejaram.

Nesse ponto ficamos sabendo melhor sobre o passado da Annabelle, que é bem surpreendente pro leitor. Descobrimos que a história dela e da família também está bastante ligada a tudo que está acontecendo, porém ela nunca se encaixou bem naquele mundo. Pelo menos, não daquela forma. Quando ela conseguiu, saiu da cidade e foi pra Fortaleza e, algum tempo depois, passou no concurso pra SECAFC-CE.

O final do gibi é o confronto das meninas com Catarina Ramos, filha do coronel Ramos. Ela que estava quebrando o Acordo para tentar restaurar a glória da família. Depois do quebra-pau, as meninas acordam numa casa grande e antiga, típica casa grande do interior do nordeste, e conhecemos os pais de Annabelle.

Esse, pra mim, é o melhor volume da série até agora. A maneira como os roteiros do Pablo retratam o coronelismo é bem atual e realista, apesar dos elementos fantásticos. Quem mora no Nordeste vai saber identificar isso muito bem, mas a história também funciona perfeitamente para quem não está habituado com essa situação. Os desenhos do Talles tiveram uma pequena evolução em relação ao primeiro volume. Brendda Lima ajudou com as cores internas dessa edição (sim, pois cada volume tem um tom de cor interno. No caso desse segundo volume, o amarelo é predominante) e isso ajudou bastante na narrativa.

 

O gancho do final, com o aparecimento dos pais da Annabelle, criam uma excelente expectativa para a continuidade da história. Apesar de termos importantes descobertas nessa edição, ficamos com o gostinho de quero mais na boca, principalmente para descobrir como foi o noivado de Annabelle e como ele acabou.

Esse também foi o primeiro volume financiado pela plataforma de financiamento coletivo Catarse. O projeto foi tão bem que foi possível incluir uma galeria com artes exclusivas, com gente do gabarito de Lu Cafaggi, Ana Luíza Koehler, Camila Torrano, Débora Santos e a própria Brendda Lima.

 

  

Roteiro: Pablo Casado.

Arte: Talles Rodrigues (com cores de Brendda Lima).

Editor: Pablo Casado e Talles Rodrigues.

Capa: Talles Rodrigues.

Publicação original: dezembro de 2015.

No Brasil: -

Nota dos editores:  4.0


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