Batman – Elmer Fudd Special #1

4.4

NOTA DO AUTOR

“Don’t believe the hype” (exceto se for tocado pelo Public Enemy).

Eu diria melhor: “o hype faz mal.” Batman – Elmer Fudd Special #1 não precisa do hype criado por Jason Fabok para o amigo Tom King. Aliás, o hype só atrapalha uma ótima história.

Batman – Elmer Fudd faz parte da iniciativa de encontros entre os personagens Looney Tunes com personagens da DC Comics. Escrito por Tom King (atual roteirista da série principal do Homem-Morcego) e desenhada por Lee Weeks, a história é um típico romance hardboiled. Talvez seja mais fácil associar o termo a Sin City ou ao filme Los Angeles – Cidade Proibida. Você conhece o cenário: o cara pacato em busca de vingança, a femme fatale misteriosa, uma escória reunida num boteco à meia luz… e Batman lutando contra HORTELINO TROCA-LETRA?!?!Sim, Elmer Fudd é o caçador do desenho do Pernalonga que troca as palavras e sempre é enganado pelo coelho ardiloso. Aqui, a dinâmica é a mesma, com um simples diferença: todos os personagens Looney Tunes são pessoas reais e perigosas. Boa parte da história ocorre dentro do bar “Porky’s”, uma reunião de caras “bala pesada” usando o estilo de linguagem que Elmer Fudd/Hortelino Troca-Letra usa durante toda a história.

O clima noir cai como uma luva para a história de vingança. Não é, nem de perto, a maravilha profetizada por Jason Fabok, mas é uma excelente história: uma trama redondinha e um divertido exercício para encontrar outros personagens Looney Tunes em suas decadentes encarnações humanas. Tão boa quanto o que Tom King tem entregue, mês a mês, no título regular do Homem-Morcego. Nada espetacular ou inédito, mas muito bom de acompanhar mensalmente.

Lee Weeks faz uma arte seca e urbana, com sequências de ação de tirar o fôlego. O desenho remete diretamente a um verdadeiro clássico: Ano Um de Frank Miller e David Mazzucchelli. Essa história sim é uma masterpiece, Mr. Fabok. O Batman em duas cores e traços mais simples, mas, ainda assim, sombrio em sua natureza.


A paleta limitada de Kindzierski destaca ainda mais o traço de Weeks, tornando o virar de páginas eletrizante em alguns momentos. O trabalho de sombras é primoroso. Simples, inesperado, interessante e genial. Não. Nem, tanto. Mas bem acima da média do que você espera nesses encontros entre personagens tao diferentes.

A propósito: a segunda história, totalmente no traço dos personagens Looney Tunes, é dispensável. É como fechar um grande jantar com uma sobremesa de balas Juquinha.

 

  

Roteiro: Tom King.

Arte: Lee Weeks.

Editor: Michael McCallister.

Capa: Lee Weeks e Bob Fingerman.

Publicação original: Batman - Elmer Fudd Special #1.

No Brasil: inédita no Brasil.

Nota dos editores:  4.4

 

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