Thanos vol.1 – Thanos Return

Thanos está de volta ao cenário cósmico do Universo Marvel. A nova saga da revista apresenta uma escala menor: o Deus Louco continua insano como sempre, mas está menos megalomaníaco, sem nenhum plano de holocausto cósmico. A saga começa uma grande revelação que irá conduzir toda a série: Thanos está morrendo.

Mentor, pai de Thanos, cientista de Titã e muito relutante em buscar uma cura para o filho, faz um diagnóstico sombrio: Thanos tem apenas alguns meses de vida. Curiosamente, Thanos não deseja ir ao encontro de sua amada Morte. Partindo em busca de uma cura para o mal que o está abatendo (uma espécie de câncer super agressivo), Thanos tem pouquíssimo tempo para achar uma cura.

Porém, os adversários de Thanos não deixarão o Titã Louco viver tanto tempo assim.

E os adversários são muitos: raças alienígenas, a Guarda Imperial Shiar, o ancião cósmico Campeão, Thanes (filho de Thanos), Starfox e Nebulosa. Nas próximas 6 edições que compõem o primeiro arco, Thanos vai confrontando seus adversários, até acabar preso numa prisão intergalática, cenário ideal para o diabólico vilão cósmico liberar toda sua fúria insana.

Esse é um dos pontos altos da série: Jeff Lemire não busca, em momento algum, aliviar a antipatia que o leitor sente pelo vilão. Muito pelo contrário: sempre que possível o autor refresca a memória do leitor deixando bem claro o tipo de maníaco que você está acompanhando (e torcendo um pouquinho, confesso!). Parte desse mérito se deve à outro ponto alto da série: a arte de Mike Deodato está espetacular!

Deodato utiliza os mesmo quadros irregulares que valorizaram a mini Pecado Original (que os Jagunços já comentaram aqui). As linhas retas dos quadros não se sobrepõem ao cenário expandido para fora das linhas dos quadrinhos, que conta ainda com uma retícula forçada que cria um “efeito espacial” interessante. O artista também reforçou as características físicas de Thanos. Na série, o Deus Louco é um gigante truculento. Mas, ainda assim, fica atarracado frente às grandes cenas widescreen que se desdobram nas páginas.

A referência pode não ser óbvia, mas é possível observar o design exagerado de Warhammer 40K, algo que não posso afirmar se é proposital, mas é eficiente e dá um personalidade ímpar para uma boa série. Vale a pena prestar atenção nessa publicação.O segundo arco já está em andamento, mas, infelizmente, não conta com essa arte tão interessante do Deodato. Uma pena, até mesmo um crápula como Thanos merecia um run mais caprichado. Se serve de consolo, Jeff Lemire continua na série.