The Immortal Hulk vol. 1: Or is He Both?

4.0

NOTA DO AUTOR

Hulk morreu – não me pergunte como. Parei há tempos com essa monte de megassaga semestral da Marvel. Porém, conforme o título da nova mensal indica, Hulk é imortal. Bruce Banner, seu alter ego, anda vagando pelo oeste norte-americano, na direção contrária da costa do Pacífico. Sem dinheiro, sem roupas, sem documentos, com um nome falso, sem indicar a ninguém seu paradeiro. Até porque o mundo inteiro acredita que ambos – Banner e Hulk – estão mortos e enterrados. Diante disso, uma gangue no interior do Arizona é encontrada massacrada. Os membros estão aterrorizados e com os ossos em pedaços.

Um jovem que devia dinheiro a essa gangue é o mais espatifado. O rapaz está só esperando a hora da morte tamanha surra que levou. O motivo: uma tentativa frustrada de assalto num posto de gasolina. Nervoso, terminou assassinando todos no local, incluindo um desconhecido que estava sem documentação. No dia seguinte, John Doe, o desconhecido, acorda e foge do necrotério, deixando um rastro de destruição pelo caminho. É o suficiente para aguçar ainda mais a curiosidade da repórter Jackie McGee.

Al Ewing, o roteirista responsável por essa nova mensal do Gigante Esmeralda, apostou no horror nesse primeiro arco. O clássico do personagem segue intocado: Banner continua sofrendo, atormentado pela sua maldição, no melhor estilo O Médico e o Monstro, principal fonte de inspiração de Stan Lee e Jack Kirby. Ainda que consiga saborear uma boa refeição nas poucas vezes que consegue algum dinheiro, o físico nuclear segue seu martírio, ainda que saiba usá-lo a seu favor, trazendo justiça a um mundo sem esperança.

Vagando pelas cidades, Banner sai em busca dos problemas locais, aqueles que seu monstro interior pode resolver de algumas formas. A gangue do Arizona, um cientista que infectou uma cidade com radiação gama e um esquecido (ao menos para mim) Walter Langkowski, o Sasquatch da Tropa Alfa. Sasquatch, como fica claro na história (e caso você não lembre/conheça), é uma espécie de Hulk dourado e peludo do Canadá, cuja radiação gama é, igualmente, a fonte de seus poderes. Acontece que uma maldição se apossou de Langkowski, outrora companheiro de Banner na universidade. No meio disso tudo, a repórter Jackie McGee tem seus próprios motivos para perseguir o Hulk e investigar sobre seu retorno.

Por algumas palavras ditas e repetidas acima, você percebe que Ewing está mexendo com esse lado mais sombrio do personagem. Banner diz a todo momento que o Hulk só aparece à noite: esse é o momento dele. Sasquatch parece tomado por alguma possessão. Esses elementos de horror é o que fazem desse gibi um pequeno destaque nesse caldeirão imenso de relançamentos da Marvel. Nas cenas noturnas, isso fica ainda mais claro, graças ao trabalho de Joe Bennett, que capricha nesses momentos, com cenas até mesmo em cemitérios.

Além disso, o Hulk de Bennett é um monstro imenso, gigantesco, de proporções absurdas perto de simples humanos. Um monstro noturno, ainda por cima. Essa mistura de super-heróis (essa faceta está a todo momento na história, com o monstro esmagando aqueles que cometeram qualquer tipo de maldade – ainda que deixe um rastro de destruição pelo caminho) com pinceladas generosas de horror está funcionando muito bem em The Immortal Hulk.

 

  

Roteiro: Al Ewing

Arte: Joe Bennett e Ruy José

Editor: Tom Brevoort e Alanna Smith

Capa: Alex Ross

Publicação original: novembro de 2018

No Brasil: 

Nota dos editores:  4.0


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