Meet the Skrulls

4.0

NOTA DO AUTOR

Demorou um pouco, mas finalmente os Skrulls deram as caras no universo cinematográfico da Marvel. Nos gibis, eles estão por aí desde a gênese da editora, quando apareceram logo no começo das aventuras do Quarteto Fantástico criados pela dupla Stan Lee e Jack Kirby. Inimigos mortais dos Krees, com quem travaram uma guerra antológica nos anos 1970, esses alienígenas verdes com cara de demônio e que mudam de forma, infernizam há anos a vida dos heróis Marvel, tendo inclusive uma saga mais contemporânea e de grande sucesso: “Invasão Secreta”. Sucesso na tela grande, a Marvel não perderia a chance de fazê-los protagonizar uma minissérie nos quadrinhos, não é mesmo? Mais um caça-níquel tentando lucrar com os filmes?

Sorte a nossa, não é esse o caso de Meet the Skrulls. O escritor Robbie Thompson juntou-se a Niko Henrichon para a história de uma família de Skrulls infiltrados na Terra. Sediados em Stamford, Connecticut, assumiram a persona da família Warner: Carl Warner (Klrr) é um funcionário dedicado na Stark Unlimited; Glória (G’iah), sua esposa, trabalha num gabinete de um senador; as filhas Madison e Alice (Alkss) estudam na Stamford High School. A família é comandada por Moloth, o líder da missão que consiste em eliminar o “Project Blossom”, criado por Tony Stark e que, se bem sucedido, exporá todos os Skrulls, inviabilizando seu poder de transformação, o grande trunfo da raça.

Por meio de flashbacks, Robbie Thompson nos mostra um pouco mais dessa família em seu planeta natal, suas lutas (Klrr e G’iah fazem parte do exército e estão sempre em missões) e o início dessa nova missão, agora num planeta distante. De forma rápida e muito simples, o roteirista cria empatia pela família que deveríamos odiar – afinal, os Skrulls não vem à Terra com fins pacifistas. Além disso, nos apresenta um drama familiar muito bem explorado: Ivy Warner, a filha mais nova do casal, aparece apenas nas fotos da família, o que nos leva a crer que morreu em algum dado momento – e os pais insistem em manter seu quarto intacto. Além disso, Alice está tendo dificuldades com sua parte na missão, levantando dúvidas na família em torno de sua real condições Skrull: estaria ela se afeiçoando pelos terráqueos?

Mas não percamos de vista que se trata, no fundo, de história de infiltração, espionagem e investigação. Para mim, é nessa parte que Meet the Skrulls mostra serviço. É um belo thriller, com missões perigosas e um casal apaixonado, onde você nunca sabe quem é seu aliado e quem é o seu inimigo. Essas incertezas, o mistério e os dramas da família Warner são muito bem pesados na trama. A revelação do “Project Blossom” talvez não surpreenda tanto assim, mas o encaminhamento final dado à minissérie garante o nível da história. Muita ação, ótimos diálogos e personagens que você se importa. E o melhor: em cinco partes, enxuta e concisa, sem muita invenção de moda.

Niko Henrichon é competente. Não o conhecia, mas adoro esse estilo de traço e ele cria cenas de ação fantásticas. Nos flashbacks da trama consegue mudar o tom de forma leve, com o cenário de destruição de guerras e ataques do Galactus ao fundo. Na Terra, as transformações dos Skrulls não deixa o leitor confuso (muito graças ao trabalho do roteiro). Em suma, um belo gibi de ação, desses que fazem a gente terminar a leitura antes de chegar em casa. Se a Panini publicar por aqui e não colocar capa dura, será um ótimo passatempo no ônibus ou no metrô (capa dura só dá pra ler no Uber). Eu falei que as capas são do Marcos Martin?

 

  

Roteiro: Robbie Thompson

Arte: Niko Henrichon

Editor: Nick Lowe

Capa: Marcos Martin

Publicação original: Meet the Skrulls #1-5 (março a junho de 2019)

No Brasil: inédito

Nota dos editores:  4.0


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2 comentários sobre “Meet the Skrulls

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