Annihilation: Scourge Alpha #1

E lá vamos nós outra vez, amigos do sci-fi cósmico marvelístico! A Marvel finalmente tomou vergonha no focinho e decidiu retomar o conceito vitorioso da guerra espacial cataclísmica sacramentado em 2006 com a primeira saga Aniquilação. Sim, personagens e histórias espaciais foram publicadas mesmo depois que os conceitos de Aniquilação foram deixados de lado, por volta de 2011. Mas não tinham o mesmo tom, era algo totalmente diferente, vide a fase Brian Bendis nos Guardiões da Galáxia ou as tais Guerras Infinitas de 2018. O que vemos retornando é aquele monte de personagens não-tão-populares, aquele climão de “corre que tá tudo desabando”, intrigas, reviravoltas, boas doses de sci-fi e, claro, um oponente tenebroso.

A fórmula foi seguida à risca, com o bônus de termos participantes da primeira saga e do próprio ciclo criado por ela incluídos nesse evento atual. Mesmo assim, ainda faltou feijão e farinha no prato do roteirista pra fazer uma edição de estréia digna de sua “antecessora” de 2006, Annihilation: Prologue.

Em Annihilation: Scourge Alpha #1, Matthew Rosemberg não foi tão inspirado ou pareceu estar tão à vontade quanto Keith Giffen em Annihilation: Prologue. Sim, a história cumpre bem seu papel, apresentando a ameaça, definindo os lados, até mesmo usando muito bem dois velhos conhecidos nossos na sequência em que Richard Rider e Cosmo se encontram com o Aniquilador e, claro, na revelação de quem é o chefão da força invasora. Mas faltou alguma coisa, uma naturalidade ou ritmo mais elaborados.

Aparentemente, essa nova saga narra uma invasão do Cancerverso, um universo paralelo onde não existe morte, porém todas as formas de vida se tornaram, bem, cancerígenas. Começando pela Zona Negativa, os seres vivos “normais” passaram a ser dominados e transformados em hospedeiros dos invasores. Mas tem um elemento mais sinistro ainda nisso tudo, que somente na última página acaba sendo revelado.

A arte da dupla Juanan Ramirez e Cian Tormey tem momentos muito bons e outros nem tanto, mas se mostrou adequada ao tipo de história da série. Pelo menos não temos a derrota que foi ver durante Aniquilação: A Conquista, estilos totalmente inaceitáveis para histórias espaciais. Juanan e Cian podem não ser Scott Kollins, mas capricharam nos visuais aliens e nos designs tecnológicos.

Quanto ao inimigo da vez, a tradição de surpreender foi honrada. Se você evitou spoiler, duvido que não tenha ficado genuinamente surpreso com ELE aparecendo. Sendo que ELE, por mais desgastado, mal aproveitado e saturado que tenha ficado nesses últimos anos, sempre gera expectativa de combates épicos e destruição em larga escala. Agora é torcer para termos ao menos uma boa aventura nas minisséries subsequentes e na conclusão do evento. Mas o principal, já temos: A MARVEL CÓSMICA ESTÁ DE VOLTA!

 

  

Roteiro: Matthew Rosemberg

Arte: Juan Antonio Ramirez e Cian Tormey

Editor: Darren Shan

Capa: Josemaria Casanovas

Publicação original: Annihilation: Scourge Alpha #1 (novembro de 2019)

No Brasil: ainda inédito

Nota dos editores:  4.0


  iTunes   Fale com a gente!

Deixe uma resposta