BANG! #1

4.0

NOTA DO AUTOR

Até um dia desses, eu não fazia ideia quem diabo era Matt Kindt. E agora não posso ver um gibi dele que vou logo correndo atrás. Quando li o Gibis da Semana pré-carnaval me deparei logo com esse. Deixo aqui pra você, caso tenha passado batido, a descrição que o Igor Tavares postou de BANG! naquela quarta-feira: “Um dos melhores agentes secretos com memórias que ele não poderia possuir, uma escritora de mistério nos anos 60 que passa sua aposentadoria resolvendo crimes, um homem de ação com drogas misteriosas que o mantém à frente de uma série constante de desastres direcionados, uma organização terrorista aparentemente onipotente que pode estar por trás de tudo… E todos estão conectados a um homem: um autor de ficção científica com mais informações do que parece possível, cujos livros podem ter a chave para salvar a realidade ou destruí-la”. E na capa dessa primeira edição, ainda temos Keanu Reeves (né?) afirmando se tratar de uma mistura de James Bond com Tintim.

O que você quer mais?

Essa primeira edição começa com um agente sendo interrogado por um punhado de vilões, escapando das cordas que prendiam seus pulsos com raio laser, dando uma surra nos bandidos, pulando do prédio e caindo no mar. E depois leva um tiro na cara!

Muito mais do que James Bond com Tintim (como disse acertadamente o Reeves), eu pensei logo em Warren Ellis. BANG! #1 parece um gibi do Ellis, só que um pouco menos high-tech, digamos assim. Um agente secreto que descobre, via uma droga maluca, que ele possui memórias que não poderia ter, visto que são memórias antigas. É como se o Bond de Daniel Craig tivesse as memórias do Bond de Sean Connery! Genial, né? Nisso, a MI-X (a agência em que ele trabalha) segue as pistas de uma série livros cujo autor inseriu várias informações sobre coisas que não deveríamos saber.

Kindt insere toda essa bagaceira conspiratória com muito mistério aliado a conceitos científicos elaborados, mas com leveza, sutileza e sem esquecer de por Thomas Cord (o James Bond dele) pra correr, observar e se infiltrar. Estou empolgado com essa primeira edição? Muitíssimo. Mas leia BANG! e me diga se não é um gibizão empolgante! O Wilfredo Torres é dono de um traço bem simples, direto, capricha na ação maluca e não tem preguiça com cenários. Por seu turno, Nayoung Kim solta a mão e temos uma revista coloridíssima. Agora olhe pra todas as mensais que você acompanha (ou acompanhou nessa vida): é disso que gostamos. Você lê isso daqui num tapa, porque os diálogos são diretos e os mistérios vão dando aquela sensação de “eita porra, e agora?”. É gibi que não tem vergonha de ser gibi.

 

  

Roteiro: Matt Kindt

Arte: Wilfredo Torres

Editor: Daniel Chabon

Capa: Wilfredo Torres e Nayoung Kim

Publicação original: BANG! #1 (fevereiro de 2020)

No Brasil: inédito

Nota dos editores:  4.0


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