Batman: Filho Pródigo

4.0

NOTA DO AUTOR

“A Queda do Morcego” chegou ao fim. Bruce Wayne voltou a andar e conseguiu derrotar um descontrolado Jean-Paul Valley que usava o manto do morcego na época. Mas ele ainda não estava pronto pra voltar a combater o crime nas ruas de Gotham e convoca Dick Grayson, o primeiro Robin e atualmente usando o nome de Asa Noturna, para vestir o capuz e continuar incutindo o medo nos corações supersticiosos dos bandidos da cidade. Essa é a premissa de Batman: Filho Pródigo, o primeiro dos epílogos de “A Queda do Morcego”.

Essa saga reuniu quatro títulos do Batman na época: Batman, Detective Comics, The Shadow of the Bat e Robin, e foi publicada aqui em Batman (5º série) e Batman: Vigilantes de Gotham dos números 1 a 3, pela Editora Abril Jovem.

Essa história mostra muito das inseguranças que o Dick tinha, e por isso não foi escolhido de primeira para vestir o uniforme do Batman quando o Bane quebrou o Bruce. Do primeiro ao último capítulo da história ele se mostra bastante desconfortável usando o uniforme, quase como uma criança usando as roupas do pai. Na verdade, o grande personagem de todo o arco é o Tim Drake, o Robin naquele momento. As tramas acabam sendo resolvidas em grande parte por Tim, mostrando que ele é um detetive melhor do que o Dick e tão bom quanto o Bruce.

Na primeira parte da história o grande antagonista é o Duas-Caras, que acaba sendo solto por um erro bizarro e resolve descontar no sistema judiciário de Gotham e nos seus computadores. Faz sentido usarem o Duas-Caras, pois ele sempre foi bastante ligado com o Robin, e agora ele iria enfrentar dois de uma vez. A maneira que o Harvey Dent executa seu plano pode parecer ineficiente e até infantil nos dias de hoje, mas temos que nos lembrar que a história foi publicada no inicio dos anos 90 e a computação não estava tão presente nas nossas vidas como nos dias de hoje. Na segunda parte do arco, a nova dupla dinâmica vai atras de uma figura de garras e asas que está assombrando Gotham. Dick tem certeza de que Azrael está de volta, mas Tim não tem essa certeza toda e cada um vai atrás dos seus instintos. Mais uma vez Tim rouba a cena e Dick não faz nada a não ser reclamar nessa parte final, inclusive na última edição, quando o Bruce volta e eles têm a conversa que estavam adiando a muito tempo.

Tinha uma memória muito boa em relação a essa história, seja pela qualidade ou pela memória afetiva da época em que foi publicada e dos formatinhos da Editora Abril e aquele pacotinho verde (as vezes cinza) de assinatura que eu ficava esperando todo mês e devorava os gibis em 2 dias. Relendo agora, percebi que a história continua muito divertida, apesar de alguns erros que percebi no decorrer da leitura. Uma vantagem das histórias dessa época é que não havia o compromisso delas serem compiladas depois em formato de encadernado. Eram criadas para serem consumidas mensalmente, o que permitia aos roteiristas inserirem elementos de arcos futuros sem qualquer tipo de constrangimento. “Troika”, o próximo arco, começa num dos capítulos de “Filho Pródigo”.

No final, a história cumpre o que se propõe: consegue ser um bom fechamento pra “A Queda do Morcego” e também é muito divertida. Vale a pena ir atrás das edições em sebos ou aguardar o final da publicação da “Queda” que está saindo atualmente pela Panini.

 

  

Roteiro: Chuck Dixon, Alan Grant e Doug Moench

Arte: Bret Blevins, John Cleary, Lee Weeks, Mike Gustovich, Grahan Nolan, Mark Bight, Phil Jimenez e Tom Grummett

Editor: Dennis O'Neil

Capa: Tom Grummett

Publicação original: Batman: Prodigal (novembro de 1994 a janeiro de 1995)

No Brasil: novembro de 1996 a janeiro de 1997

Nota dos editores:  4.0


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