Paul Está Morto – Quando Os Beatles Perderam McCartney

4.5

NOTA DO AUTOR

É aquilo: todo mundo conhece os Beatles, até mesmo quem não é cristão. Com certeza você já ouviu alguma música do quarteto, nem que tenha sido uma versão nacional de algum lado B obscuro (temos várias). Por outro lado, cabe o adendo: você não precisa ser fã dos Beatles, conhecedor da obra ou até mesmo odiá-los, muito menos conhecer profundamente a história da banda, do rock, da música, da cultura ocidental pra ler e apreciar “Paul Está Morto – Quando Os Beatles Perderam McCartney”. Você pode curtir esse belo gibi independente dos protagonistas. O que TALVEZ seja necessário você saber? Em meados dos anos 1960, surgiu um boato maluco (entre vários outros envolvendo a banda) dando conta que Paul McCartney havia morrido e sido substituído por um sósia. Isso se deu durante (ou pouco antes) do início das gravações do clássico (para o bem e para o mal) Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

Isso mesmo: o boato era de que ele teria morrido num acidente e, para a banda seguir existindo, colocaram um sósia que não era apenas idêntico, mas também canhoto e com o mesmo timbre de voz. Infelizmente nem podemos falar que é uma algo exclusivo daquela época pré-internet ou coisas do tipo, né? Hoje em dia temos boatos piores e mais perigosos do que esse.

A partir dessa boato, os italianos Paolo Baron (roteiro) e Ernesto Carbonetti (arte) criaram uma história de como o restante da banda recebeu a notícia e o que se desenrolou dali em diante. Não um estudo sociológico, psicológico ou cultural do caso: apenas o que se sucedeu internamente naquela noite. Como eles reagiram? O que pensaram? E o que aconteceu? A história foca mais em John Lennon, sua reação à notícia da morte e o que ele fez, sendo o condutor literalmente da história (e não apenas do carro como você pode conferir na imagem de capa desse post) e na busca pela verdade (afinal, cadê o corpo?).

Longe de ser uma história policial e de mistério (e tem seu mistério, não é mesmo?) ou mesmo uma apologia apaixonada da banda, Paul Está Morto é um gibi divertidíssimo. Seja pelo processo de criação da banda no estúdio, seja pela reação diferente de cada um dos outros três integrantes e de figuras importantes para a banda, como Brian Epstein, empresário dos Beatles, e George Martin, o famoso quinto beatle, seja pelo seu desfecho. Claro, se você gosta (ou ama) a banda vai curtir bem mais, encontrar algumas referências e talvez até se divirta mais do que os outros. Mesmo assim, acredite: é um gibi para todo mundo. Se nada disso te convencer, vá pela arte do Carbonetti. É uma pintura linda, cheia de lirismo, mas sem soar pedante ou artificialmente artístico. É um gibi e ele explora essas possibilidades em cada página, todas elas com um design único e muito bonito. Um deleite visual, em resumo.

Ponto para a editora Comix Zone, que pegou um título que saiu nos EUA pela Image Comics (originalmente, saiu antes na Itália), mas que passa muito longe daquilo que sabemos da editora e ainda mais distante daquele pouco material publicado no Brasil. Entre as grandes, a Image é, sem dúvidas, a editora mais diversificada dos EUA. E com esse título saindo lá, mostra que eles estão também de olho no que sai fora da América.

 

  

Roteiro: Paolo Baron

Arte: Ernesto Carbonetti

Editor: 

Capa: Ernesto Carbonetti

Publicação original: Chiedi a John: Quando I Beatles Persero Paul (80144 Edizioni, 2018) e Paul is Dead (Image Comics, 2020)

No Brasil: setembro de 2020

Nota dos editores:  4.5


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