CCXP 2016 Parte 1: primeiras impressões e stands de editoras e lojas

 

Mais uma vez, pelo segundo ano consecutivo (não fomos na primeira edição, em 2014), marcamos presença na Comic Con Experience (CCXP) e esse é o nosso singelo relato do que vimos por lá. Nada muito sofisticado, afinal fomos  (Markus e eu) como fãs: pra comprar gibi, tirar foto, pedir autógrafo e conversar com os autores e amigos. Tal qual Jack, dividiremos o relato em partes.

Nessa primeira, vamos falar do evento como um todo. Depois, focaremos no que interessa: nos gibis e no artists’ alley e por último, impressões gerais do evento e os outros stands.

A primeira coisa que sempre nos vem a mente é o tamanho do evento. Ano passado, o São Paulo Expo (local onde aconteceu a CCXP) estava em reforma. Então além das gambiarras e dos caminhos improvisados, o local não estava todo disponível, algo bem diferente desse ano. Não vimos no Google toda a extensão do local, mas meu amigo e minha amiga, o local é grande. Imenso.

Cabe gente demais ali dentro. E por isso mesmo tinha gente que não acabava mais. Isso proporcionou e facilitou duas coisas óbvias: a circulação de pessoas e a extensão do artists’ alley. Mesmo no sábado, dia que – já virou tradicional – é o mais lotado e sempre acaba os ingressos mais cedo, você conseguia caminhar pelo local com alguma facilidade. Não estava aquela loucura de 2015.

 

 

Com mais espaço (está ficando repetitivo), tinha mais locais pra você comer (com duas praças de alimentação em cada ponta do São Paulo Expo e mais um local com food trucks), mais opções e filas menores (ou mais rápidas). Os stands, ao menos ao que parece, também estavam maiores, cabiam mais gente e ainda assim não ficava aquele imprensado. Em 2015, dependendo do local, você nem conseguia passar pelo corredor, porque o pessoal que estava em um stand estava encostado no pessoal que estava no stand em frente! Aí já viu, né? Meia volta!

 

 

Com tanto espaço para explorar, em alguns momentos você até poderia ter a impressão que o local estava vazio… Nada mais enganoso: ou é falta de percepção das coisas ou ainda estava com a edição de 2015 na cabeça (local pequeno, muita gente). Foi, mais uma vez, um grande sucesso de público. E com toda essa estrutura, não poderia ser diferente (até os banheiros estavam funcionando normalmente, veja só você).

Quanto aos stands que nos são caros… A JBC remontou uma estação de metrô de Tóquio, com direito a semáforo de rua e tudo mais. No melhor esquema mercearia da esquina, você olhava o catálogo impresso deles, pedia o(s) mangá(s) ao funcionário, pagava e depois voltava pra pegar sua encomenda. Ver o material, tocá-lo e dar aquela cheiradinha no papel só pedindo aos funcionários ou se contentar em olhar pela vitrine.

 

 

Precisa dizer o que mais a galera tava comprando por lá? Precisando ou não, a gente diz assim mesmo: o que tinha de gente comprando Ghost in the Shell não foi brincadeira (incluindo nós). Sério. Acho que todo mundo que passou por lá saiu com um exemplar do mangá e o resultado não poderia ser outro: esgotou. Somente uma coisa superou as vendas do clássico mangá de Massmune Shirow: a quantidade de gente perguntando por Akira.

O stand da JBC estava localizado no final do pavilhão, bem próximo onde ficaram os food trucks. Nesse mesmo espaço, todo dedicado a cultura oriental, estavam expostas as armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco (no caso, dos cavaleiros de ouro. Mas tinha um Ikki lá meio que dando sopa. Muita gente passou despercebido por ele) em tamanho “real” e você já deve imaginar a quantidade de fãs disputando uma foto perfeita próxima aos modelos.

No entanto, o maior stand entre as editoras era o da Panini e não poderia ser diferente. Oferecendo 25% de desconto em tudo que estava à venda, o local já tinha fila para os caixas desde muito cedo. Lá, em primeira mão, era possível adquirir as novas mensais da Marvel .

Esse ano estava bem mais organizado e melhor dividido. Em formato de “U”, havia as prateleiras da DC Comics, da Marvel Comics, dos mangás publicados por eles e, claro, a parte de Star Wars, que já tem muita coisa para os fãs.

 

 

Além disso – e ainda que esteja bem tímido -, havia as coisas produzidas por autores nacionais. Se ano passado eles causaram frisson ao lançar no evento o gibi do Rafael Albuquerque, Eight: Forasteiro, nesse ano tinha um pouquinho mais de coisa, como por exemplo Xampu, do Roger Cruz e O Segredo da Floresta, de Teddy Corrêa e Felipe Nunes. Está tudo muito devagar e tímido ainda, mas já é um começo.

Até porque o mercado está começando a olhar com outros olhos os gibis produzidos aqui.

Para o bem ou para o mal, muito disso se deve ao trabalho do Maurício de Sousa e do Sidney Gusman através da coleção Graphic MSP, que fez com que um público muito amplo e eclético conhecesse vários autores que antes estavam restrito a um nicho. E falando neles, olha só o stand da MSP. Precisa nem dizer que estava bem movimentado todos os dias, todos os momentos. E quando o Maurício chegou, então… A recepção não poderia ser melhor:

 

Várias outras editoras (Novo Século, Europa, New Pop, Crás) estavam por lá e as fotos vocês podem ver no nosso Instagram e Twitter. Tá tudo lá, com nossa “cobertura” em tempo real. Só clicar aí nos links e conferir tudo. Alguns  deles, por outro lado, merecem um destaque especial.

 

 

A Marsupial está crescendo a olhos vistos. Com lançamentos de qualidade (tanto editorial quanto artístico), só precisa caprichar mais na periodicidade, um mal que atinge todo o mercado brasileiro. Com a vinda do Peter Kuper, eles deram uma lição de planejamento na gigante Panini e devem ter vendido horrores de Ruínas, o belíssimo álbum do artista. Além disso, tinha o álbum Zé do Caixão, com a a adaptação de dois filmes clássicos do diretor feitas pelo Laudo Ferreira que também estava por lá.

Ao contrário do ano passado, a Mythos nos pareceu numa localização não tão boa e seu stand, apesar de chamativo, não estava tão movimentado. Praticamente só encontramos o local na sexta-feira. No primeiro dia, nos passou completamente batido.

Tudo que tinha lá à venda estava com 20% de desconto. Ou seja, estava caro, já que os preços praticados pela editora são bem salgados. Mesmo assim, além do fluxo menor (nas vezes que passamos lá, frise-se), tinha pouco material pra vender, mas só o fino da bossa: muita coisa do Hellboy, encadernados do Groo (já está na hora de trazem o Sergio Aragonés pro Brasil, hein?), pouca coisa do Tex, aquele álbum lindíssimo que eles lançaram da Vampirella (coçou o bolso) e várias outras coisas.

As editoras Jambô e Draco também marcaram presença no evento com um stand único. Conhecida editora de material de RPG, a Jambô lançou na CCXP a segunda edição nacional de Rat Queens, além dos tradicionais livros de RPG e edições definitivas de Holy Avenger. A Draco não fez nenhum lançamento de material gringo, mas tinha muita coisa nacional de autores que também estavam no artist’s alley.

 

Ah, não tem nada a ver, mas a Devir não foi pro evento (nem a Gal e Zarabatana). Ano passado eles venderam bastante, fizeram uma desova bonita dos encadernados que estavam encalhados e poderiam lançar o [INSIRA SEU MELHOR ADJETIVO] Dossiê Negro da Liga Extraordinária por lá. Nera não? O álbum está bem salgado, faz a pressão subir rapidinho, mas vamos admitir sem medo de ser feliz: vale o investimento, viu? E pra finalizar essa postagem…:


Esse era o stand da Abril Jovem. Apesar de algumas atrações, dos lançamentos da Disney, o negócio estava sempre meio devagar nas vezes que passamos por lá. Nem sabemos o que dizer…

Além dos stands de editoras, tivemos também stands de lojas de quadrinhos. A maior era, obviamente, a Comix, com seu já tradicional stand gigante, com uma circulação que te obrigava a passar pela loja toda para sair do outro lado. Mas diferente do ano passado, a circulação por lá também estava melhor, porque, pasmem, o stand também estava maior. Os preços não estavam tão convidativos, pois eles não fizeram nenhuma promoção com material novo, apenas em alguns encalhes.

Além da Comix, várias lojas menores estavam com stands vendendo de um tudo, mas principalmente formatinho e revistas antigas a preços em sua maioria justos. Infelizmente dessa vez não encontramos revistas importadas sendo vendidas pelo preço de capa e com dólar a R$ 2,00. O destaque entre os lojistas foi a presença da Liga HQ, mesmo com os recentes problemas que eles vem enfrentando para cumprir com o que foi vendido pelo site, que anda bem entregue as moscas ultimamente.

E foi isso: gente não faltou, conhecendo os autores pessoalmente, comprando gibis (muito!), visitando os stands e dando oportunidade a material que não conheciam ou sequer tinha ouvido falar antes. Essa, sem dúvidas, é a melhor coisa que a CCXP propicia.

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