DC Comics joga roteirista nas ruas de Gotham

O batsinal teve trabalho dobrado nesse sábado, 21 de setembro, tanto na ficção quanto no mundo real. Uma decisão editorial da DC Comics “ativou” o tradicional chamado luminoso em forma de morcego, enquanto em várias partes do mundo se comemorou o Dia do Batman de forma toda especial, pelos 80 anos do herói sombrio de Gotham City. Mas se as comemorações dos criadores e fãs tiveram apenas alegrias, a tal convocação teve um tom mais grave e até preocupante para muitos.

O roteirista James Tynion IV foi anunciado pela editora como o responsável pelo gibi norte americano Batman nas próximas 15 edições do título, criando uma apreensão generalizada. O próprio Tynion deve estar tenso. Assumir os roteiros da principal revista do personagem mais popular da DC não é uma tarefa qualquer. Um holofote com morcego praticamente criou um alvo na testa do autor. Talvez seja sua grande chance ou sua pior decisão, a depender dos resultados.

Mas o roteirista tem um certo crédito na praça. Já escreveu o Cavaleiro das Trevas em sua outra mensal, Detective Comics, em um longo período iniciado em 2016 por ocasião da fase/evento “Renascimento”. Mas havia uma diferença: era uma revista de equipe. O Morcego dividia espaço com vários outros vigilantes de Gotham, que estavam reunidos para uma missão proativa – e tudo funcionou, no mínimo, de forma competente. Tynion aplicou, de forma surpreendentemente natural, a fórmula básica das superequipes, mostrando dilemas pessoais, a dinâmica entre os integrantes e, claro, um senso de ameaça constante. Um bom gibi, satisfatório em vários aspectos. O que talvez não seja suficiente para a mensal solo do Cruzado de Capa. Ainda mais em pleno aniversário do Morcego, quando todos estão com a atenção voltada para a escolha do sucessor do polêmico Tom King, além da contagem regressiva para a centésima edição do volume atual. Tudo isso exige, na percepção do leitor, um nome de peso, seja na qualidade da escrita, seja na capacidade de gerar (mais) visibilidade para o Batman.

Ah, sim, mais um desafio a ser enfrentado por James Tynion IV: em paralelo aos títulos mensais, Batman ganhou uma maxissérie em 12 capítulos, altamente hypada, pelos nomes na equipe criativa: Warren Ellis e Brian Hitch. A mesma dupla que estremeceu os quadrinhos há duas décadas com The Authority. Se Tynion conseguir superar a pressão gigantesca, os “concorrentes” e sua própria imagem de roteirista que ainda não decolou, teremos um belo exemplo do quanto o Morcego é capaz de ajudar as pessoas, mesmo as do mundo real. Talvez seja a melhor “história” para se comemorar os 80 anos do Batman. Só nos resta aguardar.


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