Acabei de Ler #09

2099 ALPHA #1

Sempre há esperança, ainda mais nos quadrinhos. Olha aí o Nick Spencer fazendo um belo gibi com essa retomada do universo 2099. No caso, esperança pros fãs dos personagens 2099 e pra quem não tinha visto nada de realmente bom feito pelo Spencer na Marvel, ainda mais depois de algumas falhas COF, Império Secreto, COF, que ele tenha cometido. Essa edição cumpre muito bem seu papel como prólogo do evento, que vai se estender por vários one shots e na mensal Amazing Spider-Man, mas também como uma apresentação ou reapresentação do mundo em 2099 e, melhor ainda, é uma ótima história em si.

Tem intriga, tem distopia, tem ação, tem aquele desespero entranhado que é marca registrada do universo 2099. Mais uma vez, a bizarrice que é 2019: um gibi sobre um cenário futurista de desespero, gera um review que começa falando sobre… Esperança.

FALLEN ANGELS #2

Ei, rapaz… Temos um gibizinho serious business aqui, hein? Depois de uma estreia beirando qualquer nota, essa segunda edição mostrou que Bryan Hill está realmente preparando algo elaborado para Psylocke, Cable e X-23. E mesmo o ponto que poderia ser rançoso, visto na edição anterior, dos personagens e tom da história serem tão angustiados, funcionou bem demais dessa vez. O passado de Psylocke/Kwannon vai se mostrando bem interessante, a relação dela com os dois mutantes jovens mostra um potencial muito bom, até mesmo o presepeiro Senhor Sinistro pareceu mais interessante dessa vez. E o clima de missão de resgate quase suicida foi muito bem conduzido, com o lance do tal lugar de trabalho escravo que fica lá no, opa, não é lá, é CÁ! É no Brasil! Tá linda a nossa imagem com os mutantes da Marvel. 🙁

Na verdade, essa série deveria mesmo era se chamar X-Force, mas vamos pra frente.

ACTION COMICS #1017

Não fale mal de John Romita Jr., entendeu? Você não tem e nunca terá direito moral pra isso. Só por ser filho do Romitão, ele já tem salvo-conduto para vida toda. Quanto mais se formos considerar os trabalhos memoráveis que o nosso querido Romitinha já fez. Deixa o cara em paz. Mesmo se uma edição feiosa igual a essa fizer um fã verdadeiro dele suar hemoglobina para defendê-lo. TEVE UMA PÁGINA BOA SIM, A QUE MOSTRA A CIDADE GORILA! PRONTO. TOMAÍ NA SUA CARA. Na próxima ele melhora. Você vai ver.

NEW MUTANTS #2

O plano de Jonathan Hickman para os Novos Mutantes vai se revelando, o que acaba nos mostrando a força e a fraqueza do sujeito como roteirista. Ele acerta muito na arquitetura das tramas, mas erra bastante ao escrever os personagens. A condução dos eventos e elementos é bem pensada, inspirada até, só que ao tentar fazer humor ou explorar laços afetivos, parece trabalho de roteirista amador. Até podemos relevar o monte de bobagens, tipo os uniformes prisionais idênticos aos de presídios norte-americanos em uma prisão alien, a descaracterização inexplicável cometida contra o Mancha Solar, sendo que ele mesmo deixou o personagem completamente diferente há alguns anos durante sua passagem pela franquia dos Vingadores e, a coisa mais idiota da história, o soco dado pela Esmagadora nas ventas do coitado do Bobby. Dá pra fazer vista grossa.

O bom mesmo foi vê-lo mexendo novamente com a Guarda Imperial Shiar, usando a subtrama da civilização Titan, da herdeira de Lilandra (o nome dela praticamente grita PAPAI X, é inegável) e botando Doug Ramsey, que carrega um pedaço de Tecnarca no braço, em rota de colisão com uma inteligência coletiva estelar. Hickman bem que podia fazer as linhas gerais dessa série e entregar o roteiro pra outro escritor desenvolver. Um que soubesse fazer humor e diálogos com mais naturalidade.

TALES FROM THE DARK MULTIVERSE: INFINITE CRISIS #1

O que aconteceria se… José Luís Datena tentasse dizer “OMAC”? A resposta impediria a morte de Ted Kord antes da Crise Infinita. É sério. Leia lá e confira.

X-FORCE #2

Os mutantes em Krakoa tentam lidar com as consequências do atentado ocorrido na edição anterior, seja investigando os responsáveis, seja buscando reverter a morte DELE. Essa história conseguiu ser melhor do que a anterior, embora ainda tenha algo um tanto quanto truncado nisso tudo, fica a sensação permanente de que destoa das outras mensais e do que ficou estabelecido em House of X e Power of X. É tudo muito descarrilhado, os eventos acontecem sem uma transição aceitável, mas não se trata de narrativa hipercomprimida, está mais pra falta de habilidade do roteirista.

Outro ponto desconcertante é todo esse gore: a forma como a anatomia, as entranhas e tudo mais está exposto, é mutilação, vísceras, necropsias, misturado com o visual vegetal/fungo da própria Krakoa, transmitindo uma sensação de umidade e fluidos vitais o tempo todo. O estilo do artista contribui para isso, seus traços não são “limpos” ou bem definidos. Não existe nenhuma declaração da equipe criativa ou do editorial sobre o quanto isso é proposital, mas essa X-Force tem se mostrado, além da violência explícita, como a revista mais, digamos, “desagradável” dessa nova fase mutante.


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