Homem-Aranha: História de Vida

5.0

NOTA DO AUTOR

No meio do ano passado, havia falado da primeira edição desse minissérie em seis partes logo após a leitura, tamanha a empolgação. Agora que a Panini lançou as seis edições em capa dura, volto para terminar o serviço (e não faço ideia de como está a edição nacional. Espero que as belíssimas capas originais estejam todas lá no tamanho original e não em quadrinhos minúsculos). Não devo (espero) elogiar o escritor Chip Zdarsky nesse review. Vou poupá-los de minha fanboyzice descarada e dessa minha paixão descontrolada (deixo para o Twitter). Mas as tais capas belíssimas são dele, ok? Fica o registro.

Como é bom ler um bom gibi do Homem-Aranha, não é mesmo? Fica aquela sensação de alívio no coração e o estímulo de que podemos ser pessoas melhores, apesar do mundo lá fora. E Zdarsky, ao juntar-se com o sempre competente Mark Bagley, trouxe-nos o que o Aranha tem de melhor: coadjuvantes queridos, grandes poderes com grandes responsabilidades, um herói “gente como a gente”, exalando bons valores a serem seguidos, heroísmo em seu estado mais puro. Em suma, o bom e velho Peter Parker. Com seus dramas reais, seu senso de responsabilidade interminável, suas dúvidas e anseios, suas escolhas e consequências. OK, já li isso em trocentas outras histórias do personagem, por que deveria ler mais essa?

Bom, primeiro por tudo isso que falei. (Sobretudo se você é fã do personagem.) Segundo, porque Zdarsky e Bagley pegaram tudo isso e jogaram na nossa linha temporal, na nossa realidade. Acompanhamos Peter Parker envelhecendo ao longo das décadas, vendo amigos e amores morrerem (e sofrendo muito com isso), sua tia adoecendo, seus filhos nascendo, ele mesmo sentindo o peso dos anos nas costas. Além disso, boa parte da cronologia do herói e da Marvel também está lá, com algumas leves modificadas para encaixar na linha temporal: Gwen Stacy, Guerras Secretas, o simbionte, clonesSergei Kravinoff, Ezekiel e Morlun, misturado à Guerra do Vietnã, discoteca, 11 de setembro e tudo mais que você possa imaginar.

É uma verdadeira carta de amor ao personagem, sua história, cronologia e legado. Ao mesmo tempo, é a prova definitiva de que Peter Parker é o personagem mais real das histórias em quadrinhos. Nossa identificação fácil e rápida com ele não é à toa: nos vemos nas suas histórias, nas suas angústias, sonhos, falhas e qualidades, ou entre seus coadjuvantes mais próximos. E quando os autores colocam tudo isso verdadeiramente numa história, na nossa história como é o caso aqui, soa com muita naturalidade. A despeito das maluquices, poderes e roupas coloridos, todo o resto está lá, ao nosso lado. Emocionante, como não poderia deixar de ser.

 

  

Roteiro: Chip Zdarsky

Arte: Mark Bagley, John Dell e Andrew Hennessy (cores de Frank D'Armata)

Editor: Tom Brevoort e Alanna Smith

Capa: Chip Zdarsky

Publicação original: Spider-Man: Life Story #1-6 (maio a outubro de 2019)

No Brasil: março de 2020

Nota dos editores:  5.0


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