Essa é a semana de 11/08, com muito gibi nas bancas gringas mas pouca coisa realmente digna de nota. Mais uma vez (na minha humilde opinião) as menores deixaram a dever e, por isso, o que tempos é só Marvel e DC de novo:
Defenders #1
O gibi da semana, fácil. Se só tem tempo de ler um, leia esse. Se vai ler vários, comece com esse. Al Ewing dá seguimento aqui ao plot-costurada-master que ele começou em Marvel #1000, com o Cavaleiro Mascarado (foi assim que a Panini traduziu? é a tradução literal) reaparecendo e amarrando vários conceitos que vêm desde a época da Atlas Comics (antecessora da marca Marvel) na caça do Enclave. Agora o Cavaleiro vai pedir ajuda do Dr. Estranho, que convoca um novo time de Defensores na tradição “natoralmente” da equipe para resolverem a questão.
A arte é do Javier Rodríguez, de História do Universo Marvel, que faz quadros e splash-pages sensacionais aqui também. A forma como o Ewing trata a magia e como o Rodríguez a retrata já vale o gibi. A história mostrou pouco, mas promete bastante.
Batman – Urban Legends #6
Se Defenders é o melhor da semana, Urban Legends é o mais comentado, e por causa da tal revelação da bissexualidade do Tim Drake. Mas calma, vamos por partes. Esse título é uma “antologia de histórias do universo do Batman” segundo a DC. O que é de verdade: um gibi mix estilo Batman: Vigilantes de Gotham, da Abril.
São sempre 2 histórias “carro chefe” e mais 3 menores ou fechadas com diversos autores. Nesse começo, tivemos um arco muito bom do Chip Zdarsky com arte do Ed Barrows tratando da relação do Jason Todd com o Batman que deixaria o Geoff Johns com vergonha por ter cometido 3 Coringas, um arco legal do Matthew Rosenberg com arte do Ryan Benjamin (aqueeeeele lá do final de Heróis Renascem: Homem de Ferro, que adoro) contando um plot bem complexo e interessante de roubo do Bandoleiro e inserindo os WildCATS na cronologia DC, e diversas histórias de 1-3 partes com personagens como Os Renegados, Devota, Hera Venenosa & Arlequina, etc, etc, e… Tim Drake.
Na história, o Tim terminou o namoro com a Salteadora/Spoiler/uma das Batgirls atuais e está meio perdido, e nesse cenário ele reencontra um amigo de velhas edições do título próprio dele (que era ótimo) e no fim do arco (em 3 partes, que acabou nessa edição #6), temos a tal imagem que correu a internet, dele admitindo estar atraído pelo amigo e isso fazer várias peças se encaixarem na mente dele.
O que achei? História legal, nada demais, da Meghan Fitzmartin (não a conhecia) e arte de Belén Ortega (idem), e com esse detalhe que achei bobo, desnecessário. Não agrega ao personagem e, nesse momento, joga contra o caminho que ele vinha fazendo de se encontrar de novo e reassumir seu papel na cronologia. Acho muito bacana – E IMPORTANTE – termos representatividade de todas as formas nos gibis, mas é preciso que isso seja bem feito para que seja realmente relevante e duradouro.
Mas ei, quem sou eu pra falar? O Judd Winnick, que escreveu o personagem há anos, já havia dito que ele era gay…
Children of the Atom #6
Esse gibi foi uma besteira sem fim. Primeiro quando anunciado, parecia que tratariam das Quimeras (os mutantes com poderes amalgamados que aparecem em Powers of X), mas na verdade descobrimos na #1 que são crianças fanboys de mutantes imitando os poderes dos X-Men – explicando pro xovem, é como se os Novos Guerreiros fossem “noobies dos Avendjers querendo uns LOLs na TL”.
O texto da Vita Ayala ainda não me cativou minimamente em nada que ela escreveu – uns gibis em Era do X-Man, foi filler em Marauders, tá no gibi novo do Super Choque – que eu tenha lido. Esse título inclusive traz situações interessantes, mas ao se debruçar sobre elas Ayala se perde no panfletário ou até no formuláico, fica o gosto de comida requentada. A arte do Paco Medina é competente, mas os designs dos personagens não ajudam em nada: são fracos, confusos, derivativos demais se considerarmos que apesar deles serem fãs temos até cosplayers experientes no grupo. Espero que tenha acabado nessa #6. Leia por sua conta e risco.
Justice League – Last Ride #4
De novo, o Chip Zdarsky na DC fazendo mais que os medalhões. Nessa mini fora da cronologia, a Liga da Justiça está a um passo de debandar depois da morte do Ajax (Caçador de Marte, pros novinhos), pela qual o Superman culpa o Batman, quando recebem a incumbência de proteger o Lobo até ele ser julgado pela morte dos Novos Deuses. E todo o cosmo quer aproveitar que sabe onde o Lobo está (e indefeso) prá mata-lo. Bem bacana, hein?
O que nos leva à questão de por que a DC deixa material bom assim marginalizado enquanto entrega o título principal da Liga pro Bendis fazer um pastel de vento. Sério, Zdarsky e Rosenberg tão escrevendo esses personagens há pouco tempo e fazendo mais por eles que o Bendis, o Tynion, sei lá quem tá na mensal da Mulher-Maravilha… Na verdade, são escritores “desconhecidos” como o Geoffrey Thorne em Lanterna Verde e o Jeremy Adams no Flash que estão carregando o piano. Vamos melhorar, DC.
Ah, sim, excelente traço do Miguel Mendonça, que também não conhecia mas já merece mensal decente no lugar de uns trastes que tão aí!
X-Men Legends #6
Final do arco em 2 partes do Peter David revisitando sua fase inicial no X-Factor. A proposta desse título é essa, né, trazer escritores e desenhistas (mais escritores) da época pra contar uma “história perdida” lá dos anos 90. Aqui o PaD não tinha mais o que arranjar e inventou um plot entre edições que não interfere em nada, mas é gostoso demais de ler: divertido, complexo e direto ao ponto, como sempre foi o X-Factor dele.
E que legal ver de novo uma história que se basta em 2 partes, sem necessidade de esticar pra 6 edições e fechar encadernado. É tão mais honesto assim. Todd Nauck (láááá do comecinho de Justiça Jovem, também com o PaD) não ofende, mas acho sempre um desenhista qualquer nota – não tenho nada contra, mas prefiro quando ele não desenha meus gibizinhos (repare como ele às vezes muda a orelha da máscara do Destrutor).