Essa semana a Marvel veio cheia de Homem-Aranha e a DC, cheia de Batman e Superman. Tentamos fugir disso ao máximo, mas já sabem, né…
Inferno #1
Reta final da fase do Jonathan Hickman nos X-Men – que praticamente pulou todo o meio e só teve começo e fim. Sinceramente, não precisa ler nada desde HoX/PoX pra entender isso aqui e nem há nada de realmente relevante que tenha rolado nas mensais – o que só prova o que falo desde então: esses últimos dois anos foram pura enrolação e o Hickman não tinha planos após as minis… mas preferiram me chamar de hater. Tomem aí agora.
Enfim, os mutantes seguem tentando derrubar a Orchis e só fizeram cagada desde então. Vemos por outro ângulo uma cena importante (“pivotal”, diria a Panini) de HoX, e tudo caminha para dar errado em Krakoa. Ótima edição com um Valerio Schitti tentando desnecessariamente emular o Pepe Larraz, pois seu estilo padrão já é muito bom e com muitos méritos por si só. Já o Hickman podia ter sido honesto desde o começo e contado logo sua história ao invés de ficar de presepada de “head of X”. Que saia bem da franquia, ao menos.
Batman vs. Bigby! A Wolf in Gotham #1
Pois é, crossover de Fábulas com Batman. Não sabemos muito ainda da história (um assassinato por um “lobo gigante”, um vilão misterioso procurando um livro, uma referência a um “incidente” a um dia de acontecer) mas já temos uma pancadaria inicial entre o Batman e o Bigby nessa edição. A história do Bill Willingham é interessante e te prenderá pra próxima edição, te garanto, mas a arte do Brian Level é um tanto exagerada e tira um pouco da credibilidade de suspense e mistério que o texto tenta impor (e impõe bem, diga-se). Um desenhista mais habilidoso e de traço mais discreto faria milagres por essa história – alguém como um Lee Weeks ou um Jorge Fornés – nomes que, convenhamos, cairiam muito bem com o evento.
Da história, fica claro que esse não é o “nosso” Batman, pois há 3 Robins concomitantes aparecendo (Tim Drake, Steph Brown e um terceiro que não fica claro se é o Dick ou o Jason Todd) e o velho tesão em fazer um “uniforme tático” pro morcego. Entendo o lado da liberdade artística e o argumento do “mas esse é o mundo de Fábulas, é o Batman de lá”, mas… não gosto disso, acho bacana quando se usa a versão corrente do personagem, como se o leitor pudesse apontar entre que edições da mensal se passam os crossovers – isso sim fortalece a história em si e os personagens utilizados ali.
Thor #17
Olha essa capa, meus amigos!
Fim do arco curto do “dia de folga” do Thor, assinado pelo Don Cates e o Michele Bandini. Descobrimos que Angela e Freyja convocaram pai e filho para organizar a casa e dar fim às tretas que vêm circundando Asgard, mas “essa família é muito unida, e também muito muito ouriçada”, e tudo vira bate-boca. Tem gato guerreiro gigante, tem briga de gladiador, tem dedo na cara e tem o mistério que guiará o próximo arco, com a volta do Nic Klein ao desenho: Throg, o sapo-Thor em busca do martelo perdido.
O Bandini é legal, não tem algo assim especial sobre o traço dele, mas cumpre seu papel e não compromete. Só que, perto do Klein, saímos perdendo muito na comparação. No mais, Cates segue cumprindo seu papel de entregar edições mensais honestas e que dão gosto de ler. Sigamos lendo, então.
Superman ’78 #2
Taí um gibi bobinho gostoso de ler. Falei da primeira edição e como me conquistou por ser fiel ao tom dos filmes e pela arte competente na #1, e na #2 não é diferente. Brainiac chega na Terra, vemos um Luthor fidelíssimo ao do Gene Hackman e de quebra ainda vemos o Superman usando o símbolo de celofane pra prender os inimigos. Robert Venditti e Wilfredo Torres acertam novamente.
Se você curte os filmes do Richard Donner, esse gibi é pra você.
The Amazing Spider-Man #74
Esse gibi só tá aqui por ser o final da fase do Nick Spencer no Homem-Aranha, pois falaremos dele com mais atenção num’A Pilha do Aranha vindouro, aguardem! Só vou adiantar que foi um final pífio pra uma fase que teve pontos altos diluídos em muitos erros de falta de editor e de pulso do escritor. Mais uma vez somos punidos com páginas do Humberto Ramos depois de meses e meses livres dele na mensal.
A Marvel não quer que continuemos lendo o Aranha. Mas a gente continua!
Superman: Son of Kal-El #3
O Tom Taylor tá no automático ultimamente. Nem o Batman: The Detective, cuja edição #5 também saiu essa semana, tem valido a pena resenhar aqui – mas trouxe essa edição porque quero abordar especificamente uma questão editorial no próximo parágrafo. Antes, quero ressaltar que o Taylor trata as questões que o Jon Kent está lidando muito bem, sim (apesar de não me encherem os olhos), e os diálogos como o dele com o pai na véspera da ida deste ao Mundo Bélico (como visto em Action Comics #1035, também publicada essa semana) são excelentes, mas de resto…
Que diabos o amigo do Jon tá fazendo na fazenda Kent no meio de uma reunião de família antes da despedida possivelmente definitiva do Clark dos seus entes queridos? Pra que tanto discurso se há tão pouca ação pra justificá-lo? E pior, tanto a conversa entre pai e filho quanto a despedida em si também aparecem na Action Comics referida, só que de forma completamente diferente: em Metrópolis, sem amiguinho presente, com termos completamente diferentes na conversa – um baita deslize editorial aqui que mancha toda a leitura.
Eu mesmo li Action Comics antes dessa, e me senti aqui lendo algo que não conversa com aquilo lá e aí você se pergunta qual que tá valendo. E não tem resposta. E nunca terá. E daqui a dois anos, isso nunca terá acontecido na cronologia. Oh, céus.
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Por hoje é isso, mas semana que vem já tem a nova fase do Aranha escrita a oito mãos (hehehe), e títulos favoritos desta coluna, como Suicide Squad, Defenders e Savage Avengers, bem como a estreia de um título que tô de olho por causa do escritor E da desenhista. Quem acertar qual é ganha um doce (ou uma menção honrosa na próxima coluna, o que for possível).