Enquanto Isso, Lá fora… #09

Sempre tem uma semana fraca nos gibis gringos. É a semana que eles tão sem dinheiro e só sai uma ou duas coisas boas e o resto só compra quem é rico e/ou doido. Foi esse o caso da semana de 6/10, e precisamos garimpar dessa vez. Mas vamos começar com um começo (de fase) bom:

 

Amazing Spider-Man #75 (2021)

Amazing Spider-Man #75
Insira aqui o meme “tão deixando a gente sonhar”, porque essa primeira história da nova fase é MUITO BOA! Zeb Wells e Patrick Gleason fazem uma edição como toda edição do Aranha devia ser: divertida, balanceada e bem desenhada, levando a história pra frente e te deixando ansioso pra próxima edição. Ben Reilly está de volta e trabalhando como O Homem-Aranha pra empresa que comprou os direitos do nome do Aranha (lembram das Indústrias Parker? Dr. Octopus registrou o nome, e quando o Peter faliu a empresa, vendeu o nome sem saber – normal) e o Peter que já começou mal do baque do fim do run do Nick Spencer, termina a edição pior ainda. Vamos acompanhar, mas posso dizer que essa edição foi um colírio pra olhos sofridos.

 

Eternals – Celestia #1 (2021)
Eternals: Celestia #1

Ponto pro Raphael Soares, que sacou a dica que dei na coluna passada sobre meu gibi mais esperado dessa semana, que é esse aqui. Kieron Gillen continua a história dos Eternos, seguindo as deixas da mini anterior (da qual falamos aqui) e ao mesmo tempo mudando o foco da narrativa: na primeira tivemos Ikaris, Duende, Sersi, Thena e etc caçando Thanos em Olímpia; aqui temos Ajak e Makkari (ambos recriados pela Máquina como mulheres, seguindo o novo filme) na cidade eterna de Celestia, vivendo as consequências da Hoste Final (lá daquele primeiro arco do Jason Aaron nos Vingadores) e suas crises de fé: os Celestiais pararam de falar com Ajak, que era sua intérprete, e o Celestial Sonhador foi destruído (lááá atrás no run do próprio Gillen nos X-Men).

A arte é da japonesa Kei Zama, que conheci pelos títulos dos Transformers na IDW, em especial a mensal do Optimus Prime. Sempre acompanhada de uma colorização forte, a arte dela é de traços limpos e detalhes intrincados e sujos ao mesmo tempo. Recomendo.

 

Batman #114 (2021)
Batman #114
Finalmente a história desse Fear State começa a andar, hein. A equipe titular James Tynion IV e Jorge Jiménez mostra o Batman que acordou depois de oito edições naquela putaria tomkinguesca e tá tomando pé do tamanho da bronca. A história não empolga em nada, mas só de ver sair daquele trololó todo dos últimos meses já melhorou a leitura.

 

Wonder Woman 80th Anniversary 100-Page Super Spectacular #1 (2021)

Wonder Woman 80th Anniversary 100-Page Super Spectacular #1

Ué, não tinha saído outro dia um especial de 80 anos da Mulher Maravilha que falamos no Pilha de Gibis? Ah não, aquela foi a celebração dos 750 números da mensal dela, esse agora que é o de aniversário. E é aquela velha ideia de chamar autores clássicos e novos no mercado para contar uma historinha simbólica sobre o personagem festejado. Como já falamos em alguns Pilhas, os resultados têm sido variados, vide o caso do Robin e o do Lanterna Verde

Mas a boa notícia é que essa edição aparece no lado positivo do espectro, inclusive é uma edição melhor que aquela #750. Nada imperdível, verdade, mas é uma leitura legal.

Como destaques, temos a história que abre o volume, com texto do Michael W. Conrad e Becky Cloonan, arte do preguiçoso Jim Cheung (não que ele desenhe mal, eu adoro o traço dele!, mas é que ele desenhou essas 16 páginas e só vai voltar a fazer mais umas dez em 2022), que se liga diretamente à volta da Diana na mensal mês que vem (ela “ascendeu” à Quintessência no final de Death Metal – mas evitem ler isso); uma do Mark Waid com arte do José Luis Garcia-Lópes nos primeiros dias da Liga da Justiça e uma do Tom King com o Doc Shaner (você vai jurar que é o Mitch Gerads) onde surpreendentemente não tem ninguém deprimido (só levemente chateado) e se passa no fim dos anos 60, com a Diana sem poderes navegando na onda hippie.

 

A Righteous Thirst For Vengeance #1 (2021)
A Righteous Thirst For Vengeance #1

Eita que o povo é traumatizado com o Rick Remender mesmo: falei desse gibi no zap do Arte-Final e houve algumas torcidas de nariz pro nome dele. Não sou o maior fã dele, apesar de gostar bastante do Fear Agent (esse é MUITO bom, recomendo) e de Seven to Eternity – ambos também da Image -, enquanto não vejo muita graça em Deadly Class nem curto muito a passagem dele na Marvel (X-Force dele é ótima, mas Fabulosos Vingadores, nossa senhora, que porcaria). Mas esse novo título dele promete: sem firulas na história, com uma pegada de “filme de vingança” (quem não gosta?) e narrativa bem cinematográfica.

A arte é do português André Lima Araújo, que já fez coisas na Marvel (X-Men Black, tie-ins de Guerra dos Reinos, Aranha Escarlate do PaD, etc) e tem um traço alternativo/de pegada europeia que encaixa bem pra narrativa proposta. Me interessou, vamos ver as demais edições.

*  *  *

Eu disse, semana fraca. Mas a próxima promete, com mais uma edição de Amazing Spider-Man (que sairá três vezes no mês pelos próximos seis meses), mensal dos X-Men, o já atrasado final de Strange Adventures (vou reclamar bastante, se prepare) e um spinoff de Black Hammer que não me darei ao trabalho nem de ver a capa.

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