É, amigos, não tivemos coluna semana passada devido à atenção dispensada para a live sensacional que fizemos com o J. M. DeMatteis. Já assistiram, né? Se não assistiram, corre lá no YouTube, se inscreve no canal e se divirta porque o cara é uma pessoa excelente e ótima de papo.
Pra compensar, essa semana vou provar que a DC não é só Batman e vamos falar apenas de títulos do Superman desse lado. Mas primeiro…
DARKHAWK #1
Há alguns meses vimos em Dark Hawk: Heart of The Hawk que o Chris Powell (o Falcão de Aço original) está preso numa singularidade e aparentemente morreu, enviando sua joia de poder pelo espaço. Aqui vemos a continuação da saga da joia até chegar no seu novo usuário, um jovem atleta que descobre ter esclerose múltipla e no dia seguinte se torna o novo Falcão de Aço. Claramente o roteiro vai explorar a doença, dentro e fora da história (cada edição terá uma entrevista com um portador da síndrome ao fim).
Kyle Higgins (de Power Rangers, Ultraman e Radiant Black, entre outros) entrega um começo sem pressa mas um final corrido de primeira edição que, apesar disso, promete bastante – ainda mais conhecendo o autor das boas obras acima citadas. A arte é do Juanan Ramírez, que lembra bastante outros artistas com quem o Higgins gosta de trabalhar (como o Francesco Manna em Ultraman). Bom começo, continuarei acompanhando, parece ser uma boa reinterpretação da origem do personagem.
SUPERMAN ’78 #1
Robert Venditti (que elogiamos demais por Lanterna Verde pós-Renascimento, pelo seu Gavião Negro recente e diversas boas histórias aqui e ali) assume esse título que se passa entre os filmes do Superman do Christopher Reeves. Todo mundo é meio feio à primeira vista na arte do Wilfredo Torres, mas o cara tem um bom traço e uma narrativa muito interessante.
A história começa com uma “cena extendida” do primeiro filme e seguimos com um plot de chegada do Brainiac na Metrópolis dos filmes: nada de celulares, nada de drones ou tecnologia recente – é o Super visto pelas lentes de 1978 com a mesma pegada dos dois primeiros filmes (não falemos dos dois outros). Tava com preconceito com esse gibi, mas o nome do Venditti foi o suficiente pra arriscar e não me arrependi. Agora é ter coragem de ler o Batman ’89 – você imaginam a temática desse.
WOLVERINE #15
Como o Adam Kubert desenha bem o canadense baixinho, hein? Essa mensal tem sido bem irregular (pra ser bonzinho) com o Benjamin Percy perdidinho e preso em plots bestas de vampiros e nações vegetais aqui e em X-Force (que ele também escreve), tentando emular um Larry Hama no título. Mas esse arco atual tem mais a cara do personagem, enquanto ele vai à caça do Solem, com quem ele lutou no X de Espadinhas, e em busca da espada Muramasa que o arakkiano (arakkiense?) roubou.
SUPERMAN: SON OF KAL-EL #2
Ooooolha, gostei bem mais dessa edição que da primeira. O Tom Taylor joga a sutileza pro espaço como bem disse nosso amigo Joel Morais (que tá sumido, cadê os X-Tudo Superior dele??), e apresenta um novo personagem com uma relação interessante com o Jon – sem falar o belo papo de pai e filho mais adiante. Aliás, tem seis meses que o Superman diz que vai pro espaço e nada, tá parecendo eu enrolando que vou arrumar as coisas aqui em casa.
Arte novamente do John Timms. Gosto de terem trazido um uniforme mais simples sem aquela havaiana vermelha no pé dele, e igual ao de Future State, bem como dessas iniciativas de integração do universo WildStorm à cronologia (sem spoiler).
BLACK WIDOW #10
Deixei acumular de propósito esse arco pra ler de vez, porque a Kelly Thompson tem uma pegada ótima pra você ler seus arcos como uma grande edição, e é mais tempo contínuo admirando a arte da Elena Casagrande nessas 4 edições. Um excelente gibi que vem sendo ignorado pela Panini, né, como um monte de coisas legais que vivemos falando no Pilha de Gibis.
Aqui, a Natasha segue sua investigação em busca do vilão Apogeu e além da Yelena Belova, a Viúva Branca, ela convoca a ajuda da Anya Corazón, aqueeeela Araña que agora é Garota-Aranha. Bacana a ideia da base dela e a forma como ela conduz suas missões, um Vingadores Secretos misturado com Sala Vermelha particular dela. A Thompson segue acertando.
SUPERMAN VS. LOBO #1
Olha só, um título do Black Label que não é com o Batman – o Dãozinho sorri. Tim Seeley e Sarah Beattie escrevem uma história que não tem sutileza alguma, começando com uma briga entre o Lobo e o Super no sistema Vega para acabar com uma revanche do Lobo na Terra, onde o Super enfrenta uma onda de fake news contra ele, com gente cancelando o cara, hashtag de #nothankssuperman e pessoas “antisalvamento” porque o Super seria um “alien comunista radiativo”. E quando a treta na Terra se resolve com mensagens de paz e amor do Super contra o hate online, a história ganha um gancho pra um segundo número que será terrível de ler – spoiler: não lerei.
A arte de Mirka Andolfo não é ruim, mas também não é boa. Com certeza não é a melhor pessoa pra desenhar um título do Super, quiçá num formato de luxo desses. Seu Super é feio, cabeçudo e atarracado. A colorização só piora tudo. Título pra passar longe – não que eu recomende os do Batman pelo mesmo selo…