De maneira geral, essa edição foi muito boa. O nível de todas as histórias se manteve, com destaque, é claro, pro Homem-Animal.
Vamos começar com a história da capa, publicada originalmente em Checkmate #04 e #05, de 1988. Paul Kupperberg e Steve Erwin continuam entregando boas histórias de espionagem. Dessa vez, o Xeque-Mate vai investigar uma situação com envolvimento da máfia em Veneza. Somos apresentados a mais um dos Cavalos da agência, que precisa se infiltrar numa festa para descobrir mais sobre o que está acontecendo. Ele se passa por um arquiteto que está restaurando uma catedral da cidade. Um dos mafiosos do local acaba se aproximando do agente para saber como anda a restauração e diz que ouviu que ele achou algumas obras de arte escondidas no local e propõe que eles ganhem dinheiro com elas. Logo depois, a agência acaba sendo enganada por um personagem que aparece de vítima desde o início da história. O Cavalo já havia salvado ele duas vezes. Na terceira vez, o maganão, logo depois de ser salvo, dá uma pancada na cabeça do agente e foge.
Voltando pros EUA, o Xeque-Mate descobre que um figurão de Dallas está envolvido com essa máfia e decide investigar. Nisso, o Cavalo acaba sendo capturado e levado pro deserto. O figura de Dallas tava muito puto porque ele já havia dado trabalho pros sócios dele na Itália e eles teriam que abandonar a instalação que custou mais de um milhão. Quando ele estava prestes a morrer, um dos Peões que estava participando de outra investigação salva ele e tudo acaba com um punch line digno do antigo Zorra Total.
Essa história foi mais confusa do que o que eu tentei descrever. Sai de Veneza e volta pros EUA sem uma ligação aparente, que só vai surgir láááááá no final. Pela rapidez com que a coisa se desenvolve, acredito que a famosa tesoura da Editora Abril agiu lindamente nessas histórias do Xeque-Mate. O final extremamente apressado e aparentemente sem sentido denuncia isso. Essa é a história mais fraca dessa revista.
A história seguinte é da Mulher-Maravilha do George Pérez. Publicada originalmente na revista Wonder Woman #20, de 1988, essa é, até agora, a melhor edição da Maravilhosa em DC 2000.
A história começa com o relato de um inspetor investigando a morte de Mindy Mayer, a publicitária que estava gerenciando a imagem da Princesa Diana. Tanto a polícia quanto a nossa heroína estão investigando, cada um a seu modo. Enquanto a polícia vai pelos meios tradicionais, procurando pistas e interrogando suspeitos, a Maravilhosa vai se valendo de seu laço da verdade até descobrir. Percebemos também que a Mindy não era flor que se cheire e muita gente parecia ter motivos para querê-la morta.
A história que fecha a edição é do Homem-Animal, de Grant Morrison, Chas Truog e Doug Hazlewood. Publicado originalmente em Animal Man #03 de 1988, o primeiro arco se encaminha pro desfecho. Depois do final aterrador da última edição, quando o nosso herói é deixado sangrando pra morte num beco de San Diego, finalmente descobrimos o que aconteceu com ele. Usando seus dons de uma forma instintiva e criativa, ele expande seus poderes até captar uma simples minhoca de terra e, com isso, seu braço brota novamente!
O vilão do arco é um personagem obscuro resgatado pelo escocês careca. O Fera B’wana, criado por Bob Haney e Mike Sekowsky para a revista Showcase #66 de fevereiro de 1967. O personagem ainda apareceu na edição #67, fez uma pequena participação em Crise nas Infinitas Terras e Swamp Thing Annual #03 e só.
O Fera B’wana consegue resgatar Djuba, o macaco, mas ele não sabe que a doença que o macaco carrega é extramente infecciosa e que, em poucas horas, a Califórnia pode ficar inabitável. Cabe então ao Homem-Animal resolver a situação.
Paralelo a tudo isso, a esposa de Buddy, Ellen, acaba sendo atacada por caçadores que estão no bosque perto de casa. Ela está prestes a ser estuprada, quando um vizinho que, até então, não se importava muito com as pessoas, chega e salva sua vida. Mais um dos temas espinhosos abordados por Morrison, ao longo da sua passagem pelo título.