Joker’s Asylum: Penguin #01

3.0

NOTA DO AUTOR

Hoje, Jason Aaron é sinônimo de Marvel Comics. É bem verdade que o seu primeiro grande sucesso de público e crítica – Escalpo – tenha saído pela Vertigo, mas faz tanto tempo, que imediatamente o associamos à Marvel. Aaron já fez de tudo na Casa das Ideias (deve ter escrito quase todos os grandes personagens de lá) e hoje tornou-se o principal roteirista da editora, antes mesmo de Brian Michael Bendis ter “mudado de lado”. Méritos próprios desse grande escritor.

No entanto, onze anos atrás, ao tempo em que Escalpo estava bem no comecinho (a série é de 2007), Aaron não era sinônimo de Marvel, nem tinha assinado um contrato de exclusividade. Isso o deixava livre para fazer trabalhos pela DC Comics. Bem sabemos que no distante ano de 2008, a DC vivia uma grande fase criativa, com grandes nomes comandando os principais títulos, com histórias empolgantes, sagas marcantes e fases até hoje celebradas pelos fãs.

Talvez por isso Aaron não tenha se firmado por lá – e não vamos ignorar a falta de tino da DC, especialista em “perder” para a rival grandes mentes criativas por total falta de estímulo ao seus trabalhos.

Mesmo com tudo isso, Aaron ficou encarregado de abrir uma nova série pela editora, a Joker’s Asylum, na qual teríamos histórias contadas pelo Coringa (não é de hoje que o Príncipe Palhaço do Crime é explorado da forma mais maluca pela DC. A Panini chegou a publicar as cinco histórias do primeiro volume, a saber: “O Coringa pega leve!” (Arvid Nelson e Alex Sanchez), “O Pinguim ri por último” (a história desse review), “Desflorada” (JT Krull e Guillem March), “O cavaleiro das trevas do Espantalho” (Joe Harris e Juan Doe) e “Duas-Caras também!” (David Hine e Andy Clarke). Pelos nomes envolvidos, talvez já tenhamos uma ideia do que se tratou.

Nessa edição, Aaron trabalhou ao lado de Jason Pearson, o que deixaria qualquer um desestimulado a seguir em frente. Pearson simplesmente não sabe desenhar. É um dos traços mais feios que já vi na vida, conforme você pode ver nessa postagem. Quanto à história, Aaron insere um de seus elementos preferidos: a violência. Não é bem uma história violenta, com muito sangue e pancadaria. Mas quando a violência surge, é com gosto de gás. E tome sangue jorrando e tacos de basebol quebrando cabeças. Mas nem só se violência e pancadaria vive um personagem, não é mesmo? E aqui acompanhamos a saga do Pinguim – protagonista da história – em busca de um amor verdadeiro. Alvo de chacotas desde a adolescência, Oswald Cobblepot sonha em ter um amor, alguém para compartilhar seus segredos e suas angústia. Aaron explora isso muito bem, sem se torna piegas ou abobalhado.

Obviamente, uma história com essa premissa não poderia terminar de um jeito romântico. Jason Aaron explora uma faceta da personalidade do Pinguim de forma magistral, além de incluir uns diálogos bem certeiros, numa história despretensiosa (não inventou moda, não recontou origem de ninguém, e até o retcon que inseriu é inofensivo). Tem espaço até para o Batman, que aparece apenas num único quadrinho, em meio às sombras: no restante da página, apenas vemos capangas do Pinguim sendo espancados pelo Morcego. Batman não é muito de amor.

 

  

Roteiro: Jason Aaron

Arte: Jason Pearson

Editor: Mike Marts

Capa: Jason Pearson

Publicação original: setembro de 2008

No Brasil: O Manicômio do Coringa (março de 2009)

Nota dos editores:  1.5


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