The Amazing Spider-Man #1 (vol 5)

3.5

NOTA DO AUTOR

Ao longo de mais de dez anos à frente das histórias do Homem-Aranha, a Marvel anunciou a saída de Dan Slott do título. A nova equipe criativa do aracnídeo, composta por Nick Spencer (que ficou um certo tempo escrevendo o Capitão América) e Ryan Ottley (que fez fama desenhando a série Invincible, criada por Robert Kirkman e Cory Walker para a Image), assumiu e o primeiro título acabou de ser lançado. Slott colecionou fãs e desafetos, ficando por tanto tempo no título principal de um dos heróis mais populares da Marvel. É bem possível que o escritor fez de tudo com o personagem, alternando plots aclamados com arcos que deixaram os fãs enfurecidos.

Spencer, por seu turno, não passou ileso enquanto escreveu Capitão América (seja quando Sam Wilson empunhou o escudo, seja quando Steve Rogers voltou). Transformou o maior símbolo da Marvel num agente da HIDRA, causando a ira dos fãs nas redes sociais. Nesse meio tempo, escreveu duas sagas, envolveu-se em polêmicas e consolidou seu nome na Casa das Ideias. Não por menos, ficou encarregado de assumir o Homem-Aranha após uma longa fase.

Nem mesmo o rebuliço causado por Slott e Spencer nos últimos anos ofuscou o anúncio de que Ryan Ottley assumiria o lápis da série. Ottley ganhou fama desenhando o “Homem-Aranha da Image”: Invincible, criação menos famosa de Robert Kirkman, é um dos gibis mais legais deste século. Invincible tem todo o espírito que fez o Cabeça de Teia o sucesso que é desde os anos 1960. Então, fique sabendo de cara que Ottley não decepciona. Seu traço (que eu adoro) casa perfeitamente com o personagem, com esse espírito que falei acima. (Não vamos entrar no “mérito” das mudanças pós-“One More Day”.) É dinâmico, é expressivo e ágil, como pede o personagem. E bem colorido, graças a mais um trabalho excepcional da Laura Martin.

Aproveitando isso, Spencer (numa história de 30 páginas) resume de forma divertida os últimos anos do personagem e começa apontando o que vem por aí. Mantém o humor, redefine o status da vida de Peter Parker e flerta com bastante intensidade o relacionamento dele com Mary Jane. Além disso, Peter segue se lascando, perdendo seu emprego, morando de aluguel com mais dois caras e tendo que suportar as consequências de seus grandes poderes, decepcionando as pessoas mais próximas (no caso, Tia May e Robbie Robertson), tudo isso para proteger sua identidade secreta e a vida das pessoas que mais ama.

Claro, ainda é muito cedo para mais. No entanto, Spencer parece querer por certas coisas nos eixos, encaminhar a vida do personagem e mexer em alguns vespeiros. Ao menos está fazendo isso com leveza, diversão e muito bom humor. Por enquanto, sem grandes pretensões. Então se você espera mais maluquices na vida do Aranha, reviravoltas mirabolantes ou coisas do tipo, vai perder seu tempo. Se quer um grande “mais do mesmo” bem inofensivo, tem grandes chances de se divertir. Leitura de ônibus.

 

  

Roteiro: Nick Spencer

Arte: Ryan Ottley, Cliff Rathburn (arte-final) e Laura Martin (cores)

Editor: Nick Lowe

Capa: Ryan Ottley e Laura Martin

Publicação original: julho de 2018

No Brasil: em breve

Nota dos editores:  3.5


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