The Magic Order

3.8

NOTA DO AUTOR

Gostando ou não, Mark Millar é um fenômeno. O escocês falastrão tem uma invejável bibliografia, com gibis de grande sucesso entre público e crítica, o que garantiu seu nome entre os mais requisitados escritores dos quadrinhos norte-americanos. No entanto, Millar trilhou um caminho de sucesso – sobretudo monetário -, conseguindo uma independência das grandes editoras norte-americanas até então rara (e que vem crescendo aos poucos). Criou seu próprio selo – o Millarworld -, no qual publica suas histórias pela Image Comics. Ou seja, mantinha o controle criativo, financeiro e da própria marca para si. Em 2017, a Netflix comprou a Millarworld visando adaptar o portfólio do selo para a televisão.

The Magic Order foi justamente o primeiro trabalho nascido após a venda do selo. Se Millar já vinha produzindo gibis claramente voltados para adaptações cinematográficas (ou mesmo televisivas), gerando inúmeras críticas no meio, agora o negócio é oficial. No grosso, em termos de história em quadrinhos, não mudou nada. Essa história publicada em seis partes e com arte do sempre excepcional Olivier Coipel segue aquela mesma toada que (talvez) você já está acostumado – inclusive com Millar dividindo os créditos da criação com o desenhista, algo que vem fazendo não é de hoje, partilhando os louros e os dólares que os gibis venham a gerar.

Aqui, a dupla envereda pelo mundo da mágica, com direito a cartolas, varinhas e truques de toda sorte. A história começa com um assassinato: o filho possuído de Edward Lisowski o matou em casa, deixando a comunidade mágica em choque e em alerta. Algo não está muito bem. Os magos vivem entre nós há muitos anos, lutando pela humanidade contra os perigos invisíveis que vêm de lugares desconhecidos. Lisowski não é um simples mágico: ele pertencia à Ordem Mágica e não seria morto facilmente, por quem quer que fosse. Nisso, conhecemos o experiente Leonard Moonstone, que ganha a vida fazendo apresentações e truques de mágicas dos mais absurdos e inacreditáveis. Moonstone é também o líder da Ordem, que suspeita da misteriosa e impiedosa Madame Albany e um grupo de mágicos renegados liderados por ela. Como se não bastasse os crimes contra magos que vem aumentando, Moonstone precisa resolver os problemas familiares junto aos seus três filhos: Regan, Cordelia e Gabriel.

Assassinatos, mistérios, poderosas magias e dramas familiares: eis a fórmula encontrada por Millar e Coipel em The Magic Order. Mas não é só isso. os autores criaram uma estrutura narrativa que insere famílias de mágicos como se fossem uma família mafiosa, atuando e agindo no submundo da Terra, seja para nos proteger, seja para tirar alguma vantagem.

Tudo isso temperado com cenas de ação lindíssimas, dessas que você já imagina assistindo na televisão. A trama é muito boa, mesmo com os clichês batidos de sempre, com mortes onde você menos esperava e protagonistas aparecendo sem você perceber. É uma bela diversão, dessas que Millar faz como poucos, dosando de forma segura ação, mistério e drama, sem esquecer de toda a parte mágica da história. Leia o gibi e aguarde mais uma série original Netflix.

 

  

Roteiro: Mark Millar

Arte: Olivier Coipel (cores de Dave Stewart)

Editor: Rachael Fulton

Capa: Olivier Coipel e Dave Stewart

Publicação original: The Magic Order Volume 1 (fevereiro de 2019)

No Brasil: inédito

Nota dos editores:  3.8


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