Acabei de Ler #10

X-MEN #3

Há alguns anos, Jason Aaron irritou parte dos leitores quando criou um grupo de oponentes para os X-Men, basicamente um Clubinho do Inferno composto por crianças e pré-adolescentes. Agora, Jonathan Hickman recorre ao mesmo expediente de cutucar e ultrajar os leitores mutuninhas, criando um grupo de oponentes formado por quatro idosas fãs da Hera Venenosa, senhorinhas entre seus 60 e 80 anos que derrotam três dos mais formidáveis mutantes sem muito esforço. A ardência deve estar à ponto de combustão espontânea, hein? Mas falando sério, polemiquinhas à parte, foi uma boa história por mostrar novas implicações de se ter uma ilha mutante gerando habitats e outras mudanças baseadas em vegetações e flora ao redor do mundo. Conseguiu ir além do tradicional humanos-que-odeiam-mutantes. E quem diria que veríamos os X-Men levando um desacerto da Velha Surda da Praça É Nossa, da Vovó Zilda de Família Dinossauros, da Rose de Supergatas e da Oprah Winfrey.

EXCALIBUR #3

A mensal mística da franquia mutante melhorou em relação às duas edições anteriores, mas somente pelas cenas envolvendo Rictor e Apocalipse. A trama em que Psylocke, Gambit e Jubileu aprontam altas confusões com uma galerinha encantada no reino da fadas e dos políticos honestos, continua um porre. Chatinha mesmo. As sequências na Terra abordam ângulos interessantes da tal revolução mutante, além de finalmente mostrar Apocalipse de forma inteligente, tudo isso com a roteirista Tini Howard demonstrando que sabe contar bem uma história e que a pasmaceira no mundo encantado é ruim pela trama mesmo, a moça não é mágica pra transformar ideia ruim em narrativa boa. Ao menos ficou claro que existe uma rota para salvar essa mensal.

MARAUDERS #3

Sensação boa demais ver um roteirista que já demonstrou sua capacidade, mas deu umas tropeçadas, voltando a fazer um bom trabalho e, mais ainda, desenvolvendo conceitos de outro roteirista. O que parece até um paralelo com a situação dos personagens em Marauders e os líderes mutantes em Krakoa. Gerry Duggan assumiu a responsabilidade de narrar histórias embasadas nos conceitos criados por Jonathan Hickman, assim como Kate Pryde, Emma Frost e Sebastian Shaw estão administrando o sistema criado por Charles Xavier e Magneto. Nas duas situações, roteirista e personagens dessa mensal já tiveram começos promissores, perderam fôlego pelo caminho e agora surpreendem pela boa fase atual.

A subtrama envolvendo flores de Krakoa servindo para criar medicamentos milagrosos, a necessidade de haver distribuição, negociação e outras “burocracias”, somados ao aspecto de ação mais gráfica com o resgate de mutantes impedidos de sair dos seus países, faz com que esse gibi tenha camadas bem distintas, mas eficientemente interligadas. E essa movimentação de intriga e conflito interno, da guerrinha entre Frost e Shaw, agora também entre Pryde e Shinobi Shaw, aponta pra inevitabilidade de confronto, mas também pra imprevisibilidade criada pelas personalidades envolvidas. O Rei Negro e a Rainha Branca estão posicionando seus dois escolhidos, mas quem garante que eles aceitarão essas manipulações? Até agora, a melhor mensal desse “Dawn of X”.

JUSTICE LEAGUE #37

Tenho mais nem coragem de dizer que continuo lendo esse bagulho. É muita falta de amor próprio.

DOCTOR DOOM #3

Leitor de gibi é reclamão por natureza, precisamos admitir. Mas se conseguir deixar desligado o reclamômetro só um tantinho, acaba apreciando um bom gibi a exemplo dessa mensal do Victor Von Doom. Sim, os temas apresentados aqui já foram explorados, o lance de botar o vilão sendo acusado injustamente por algo que não cometeu é um recurso pilantraço, etc e tal. Mas o autor vem conduzindo tudo tão bem que vale à pena a leitura. Dá até pra relevar a cena em que o Dr. Destino esmurra ELE sem dó nem piedade. E na arte, temos o Sal Larroca fazendo bonito. Agora deixe de reclamar e vá ler.

BATMAN #84

Até que essa edição não foi tão ruim, exceto pela milionésima vez que os personagens se encaram e se espancam como se gostassem de apanhar e bater por esporte, sem que isso traga nenhuma porcaria de conclusão. Fora isso, temos uma recapitulação de tudo que levou o Thomas Wayne da realidade do “Flashpoint” a estar nessa barafunda toda. Historinha bem inofensiva. Mas besta, em essência. Na próxima acaba e que o Tom King melhore no gibi do Adam Strange ou vá pra casa do Spawn e fique por lá, que nunca quis ler aquela tranqueira mesmo.

ANNIHILATION – SCOURGE: NOVA

Richard Rider e o Aniquilador, juntos contra os invasores do Cancerverso. A premissa é muito boa, a execução irregular. Começa bem, perde força com a tentativa de fazer humor, depois só melhora até concluir muito bem. Ah, sim, uma correção sobre o que dissemos no review de Annihilation – Scourge: Alpha: as edições seguintes de Nova, Quarteto Fantástico, Surfista Prateado e Bill Raio Beta não são minisséries e sim, one shots mesmo. Evento curtinho esse. E está razoável até o momento.

ANNIHILATION – SCOURGE: FANTASTIC FOUR

Christos Gage, um bom operário de longa data, consegue superar a si mesmo e produzir um gibi acima da média para seus parâmetros e para o que o Quarteto Fantástico tem sido nos últimos anos. A história respeita e aproveita bem o período em que Johnny Storm foi o líder da Onda de Aniquilação, assim como explora corretamente o aspecto família do Quarteto, contrastando com o Quarteto do Cancerverso. O final aponta pra um confronto épico envolvendo o Tocha Humana e sua velha turma de besouros aniquiladores.


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