X-Tudo Superior #7

Ainda se recuperando do impacto causado por X-Men #3, publicado pela Panini? Pois vamos recuperar o fôlego e relaxar um pouco, explorando algo mais ameno. Em uma seção especial do quarto capítulo de Potências de X, tivemos o notório Diamante Vermelho, uma lista de, literalmente, fofocas da ilha habitada por inúmeras cópias do Senhor Sinistro. Vamos tentar entender o que raios foi isso…

NO BRASIL

Ao longo de duas páginas, vimos 10 tópicos variando entre piadas infames, predições instigantes e umas maluquices que eu não vou mentir que entendi, pois não entendi mesmo! O primeiro dos tais “Segredos Sinistros”, com uma aparente referência ao Senhor Sinistro com gene mutante, parece deixar claro o que normalmente se espera do personagem. Que ele tenta se enganar, achando que está enganando todos ao seu redor. Mas o que raios são os sapatos vermelhos?!?! No segundo Segredo, estilo e moda são citados, com um comentário sobre algum personagem ligado a isso, mas nenhum nome é dado. Tudo aponta para um mutante criado por Grant Morrison, que morreu já em sua estreia. Mas isso pode ser um spoiler, agora, embora o personagem em si não seja lá grande coisa. Sei lá. Alguém aí lembra dele?

Esse segredo, o terceiro, é MUITO ligado ao próprio Senhor Sinistro. O nome da moça não é dito, mas fica claro que é de Madelyne Pryor que estão falando. Quais os segredos que a clone de Jean Grey criada por Sinistro, que foi esposa de Scott Summers e mãe de Nathan Summers, o Cable, poderia ter deixado por aí? O quarto segredo é muito vago, apenas adverte aos inúmeros clones do Senhor Sinistro para prestar atenção à algo que chegou na praia (de Krakoa? da Ilha de Sinistro?) e para não se entregarem às festividades (de Krakoa?) sob risco de não terem o que comemorar. Ao invés do quinto segredo, temos um SEGREDO SINISTRO REVELADO: um segredo realmente de peso e sem rodeios. O Senhor Sinistro que recebeu gene X obteve esse DNA de John Proudstar, o x-men morto durante confronto com o Conde Nefária, lááá no comecinho das aventuras da segunda geração de X-Men.

O quinto segredo tá mais pra uma fofoca: Logan, Jean e Ciclope em um tipo de relacionamento não convencional? Acabou o triângulo amoroso, longa vida ao triângulo amoroso? No sexto segredo, mais mistérios: quem seria o personagem vinculado ao Senhor Sinistro que fez maracutaia com amostras e enganou os X-Men?? Sétimo segredo: MAIS UM IRMÃO SUMMERS?!? Oitavo Segredo Sinistro: esse foi fácil, os Quatro Cavaleiros originais do Apocalipse são barra pesada e vão voltar. Brrr…

Já esse nono segredo é tão genérico que pode significar qualquer coisa. Um casal que ao se reencontrar pode causar altas confusões. Nhé. Opa, opa, mais um Segredo Sinistro Revelado: Crendospai, avemaria-três-vezes… INFERNO! E por fim o décimo segredo: TEM UM MUTANTE INFILTRADO, QUE SOFREU LAVAGEM CEREBRAL ANTES MESMO DESSAS MARACUTAIAS COM XAVIER E SINISTRO COMEÇAREM, PRONTO PRA SACANEAR OS X-MEN! Claro, a maioria das coisas está MUITO óbvia, podem significar algo totalmente diferente. Ou Não. Quem sabe, né?

NOS EUA

X-Men #12

Triste dizer isso, mas essa é outra edição desperdiçada. Tá complicado. Essa mensal devia ser a mais aguardada, além de fazer valer todo o trabalho sensacional feito por Jonathan Hickman em House of X e Powers of X. Só que tudo, além de mal desenvolvido, também é dispersivo. O tempo que o roteirista perde e faz o leitor perder, com uma pretensa narrativa hipercomprimida sobre uma facção mutante vivendo em outra dimensão enquanto enfrenta demônios e seres malignos e blábláblá. Viu? Chaaaaato… Tem uma reca de personagens, uma avalanche de eventos, incidentes, guerras, lugares, olha, é apenas um amontoado de ideias genéricas que deixam a impressão de terem sido feitas às pressas e em tempo real pelo telefone, durante alguma conversa do Hickman com o artista Leynil Francis Yu. Ao final, Apocalipse manda uma expedição através de um portal, o que seria o prólogo do prólogo para o evento X of Swords. Enfim. Melhore, seu Hickman.

Excalibur #12

Mas vejam só o vespeiro onde Tini Howard foi mexer. OS X-ETERNOS! Esses personagens emblemáticos (pro bem ou pro mal) daquela fase noventista dos X-Men, são paradoxos editoriais ambulantes. Criados com uma história coletiva cheia de potencial, acabaram se mostrando tão rasos quanto descartáveis. Mesmo assim, poderiam ser reutilizados e reinterpretados por algum roteirista competente. Mas, embora Tini esteja cada vez mais à vontade na franquia X, ainda não foi dessa vez. Os buchas continuaram buchas e serviram apenas pra que Apocalipse desse andamento aos seus esquemas, usando alguns dos coitados pra criar um certo portal dimensional, um que foi usado em X-Men #12. No mais, outra edição simpática, com Vampira e Gambit aprontando suas presepadas na jurisdição de Opal Luna Saturnyne, Rictor ganhando cada vez mais evolução em seus poderes e o caminho pro tal evento X of Swords sendo pavimentado. Com os cadáveres de alguns X-Eternos, que fique claro.

Marauders #12

Kate Pryde beija moças. Uau. Isso rendeu textos, colunas e artigos deslumbrados, tentando fazer um retcon que na verdade é puro fanfic sobre ela ser bissexual. Agora, até as amizades (praticamente de irmã) que a moça sempre teve com Illyana e Rachel são provas cabais de que a atual Rainha Vermelha de Krakoa tem atração por mulheres. Tsc. Querem fanficar, fanfiquem. Mas parem de projetar. Foi apenas um selinho.

Hellions #4

Conclusão razoável, para um primeiro arco muito bom. Zeb Wells fez a coisa certa em quase tudo, exceto pelas soluções óbvias ou beirando a preguiça, para a trama e as subtramas que criou. Os apagões de consciência de Alex Summers continuam interessantes, a nova relação entre Psylocke e o Selvagem cria um potencial muito grande para confrontos, conflitos, até mesmo humor. Mas o que realmente surpreendeu e abriu caminho pra algo diferenciado foi o diálogo entre a Babá e o Senhor Sinistro. Se o roteirista tiver tempo e souber aproveitar bem, podemos estar diante de uma excelente história à médio e longo prazo.

Giant Size X-Men – Storm

A esperança de quem acompanhou esse arco espalhado por três edições de Giant Size X-Men, começando com Jean Grey e Emma Frost e passando por Fantomex, era de que pelo menos a conclusão nesse capítulo dedicado à Tempestade salvasse a história. Mas a única coisa que prestou foi a arte. E olha que as histórias, em si, nem são ruins. Só não tem motivo de ser. Ou, se tem, é inútil. Ororo precisa ser curada da infecção/contágio por uma variedade de vírus tecno-organico. A possível solução está no ambiente artificial onde Fantomex foi gerado. Uma equipe é formada, o local é invadido, o problema é resolvido.

Tem um suspirozinho de criatividade no momento em que Ororo deixa clara sua decisão de evitar a “saída fácil” dos Protocolos de Ressurreição de Krakoa. Mas isso não justifica a minissaga em si. E a possível motivação pra tudo apenas cria um mistério nem tão interessante assim… Uma entidade que somente Doug Ramsey consegue identificar, que teria causado toda essa confusão, usando Ororo como seu transporte até o Mundo, a instalação onde Fantomex nasceu. Ao final de tudo, artes lindas e um fiapo de roteiro.


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