Tex Graphic Novel #7: Sangue e Areia

3.5

NOTA DO AUTOR

Essa série de graphic novels de Tex é uma das melhores coisas nas bancas atualmente – apesar da irregularidade de sua periodicidade. Boas histórias, num formato ideal (capa cartão, quase 60 páginas, custando R$ 30: um achado hoje em dia), de um personagem que você não precisa de muita coisa para embarcar junto. Se já conhece e acompanha, um prato cheio. Se nunca leu nada, uma ótima porta de entrada. É um faroeste dos bons, com um personagem idealizado ao extremo: 100% justo, 100% correto, 100% bom de mira. Tex não tem falhas. No caso dessa coleção, você encontra suas histórias num formato maior do que o de costume, colorida e, na maioria dos casos, criadas por autores e escritores que não orbitam o editorial do ranger.

Aqui temos o veterano Chuck Dixon, bem conhecido dos fãs do Batman, assinando o roteiro. Acompanhamos um assalto a pequena Cinnamon Wells, um cidade no Arizona bem próxima ao deserto, por um grupo que tem entre os seus um mexicano rápido no gatilho e um apache que conhece todos os segredos do deserto. Durante a fuga, o xerife de Cinnamon Wells é morto e o seu assistente, um ex-balconista da cidade, lidera um pequeno grupo. Nesse interim, Tex chega ao local trazendo um prisioneiro e junta-se ao demais. Ao se deparar com a trilha do bando seguindo pelo deserto, os bons cidadãos de Cinnamon Wells declinam da aventura, restando apenas Tex e o bravo e inexperiente Barry.

A partir daí, a trama ganha outros contornos: tiroteios, perseguições, um calor infernal e a falta d’água fazem com que os personagens mudem de posição e revejam suas estratégias. Lá pelas tantas, o bando simplesmente é esquecido por Chuck Dixon, pois a história que ele quer contar aqui envolve muito mais os personagens, suas convicções e os caminhos que precisam seguir para sobreviver num deserto cruel. O próprio Tex é confrontado, ainda que deixe claro que o bravo herói seguirá seu caminho de justiça inabalável.

Mario Alberti entrega a arte competente de sempre, levemente estilizada e com bons ângulos, além de se mostrar dinâmica nas inúmeras cenas de ação. Mas o destaque mesmo vai para a colorização de Matteo Vattani. Ele consegue passar toda a sensação terrível de calor, de desolação, de falta de perspectiva do ambiente hostil onde se passa boa parte da história, ainda que pese bastante a mão nas cenas noturnas. Enfim, um ótimo gibi para você ler no fim de semana, deitado na rede.

 

  

Roteiro: Chuck Dixon

Arte: Mario Alberti (com cores de Matteo Vattani)

Editor: Mauro Boselli

Capa: Mario Alberti e Matteo Vattani

Publicação original: Tex Romanzi A Fumetti 8: Cinnamon Wells (setembro de 2018)

No Brasil: maio de 2019

Nota dos editores:  3.5


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