Mais uma semana e começamos com a Marvel matando gente que já morreu antes, a DC tentando mostrar que não tem só Batman e alguns finais. Essa é a semana de 22/09:
THE DEATH OF DOCTOR STRANGE #1
O Jed McKay tem emplacado um gibi legal depois do outro (falei do gibi dele do Treinador no Pilha de Gibis, tô pra ler o título da Gata Negra, e o Cavaleiro da Lua do homem já foi comentado nessa coluna) e não tá diferente aqui. Não sei onde, porque desisti do run do Mark Waid, mas o Dr. Estranho recuperou as mãos e voltou a ser médico, operando em NY e mantendo seu trabalho como Feiticeiro Supremo ao redor dos mundos, até que de repente aparece assassinado e nas próximas edições veremos os efeitos da ausência de um Feiticeiro Supremo na Terra.
Claro que não vão matar ele de vez, mas a história brinca bem com isso e leva por caminhos que prometem uma boa saga, e com conexões interessantes com o resto do Universo Marvel. Serão 5 edições e mais 6 edições de tie-ins provavelmente bem pouco interessantes, a não ser que o McKay escreva todas elas. O Lee Garbett não é genial no traço mas sempre cumpre seu papel, e tá caprichando nessa edição, espero que continue pelas próximas.
THE FLASH #774
Que gibizinho gostoso! Edição em que o Flash nem aparece, apenas o Wally West e sua filha salvando o dia sem poderes e com uma bela interação dos personagens. Legal demais de se ver o Wally sendo tratado dignamente sem necessariamente desfazerem tudo que foi feito: ele segue casado, com dois filhos e agora trabalhando na empresa do Sr. Incrível – essa é a parte que mais causa estranhamento, já que estávamos acostumados a vê-lo como Flash em tempo integral. E não me lembrem daquela fase do Johns em que ele tentou transformar o Wally no Barry a todo custo e o colocou como perito forense da polícia… Argh!
Sem mais delongas: Jeremy Adams segue entregando um dos melhores títulos da DC atualmente. Se não tá lendo, tá perdendo.
GUARDIANS OF THE GALAXY #18
Final da saga “The Last Anihillation”, que foi bem legal o comecinho e o meio, mas esse final… meh. Legal o plano pra matar o Dormammu, legal as tretas se encaixando e bacana as possibilidades que o novo status quo ao fim apresenta. Só que o Al Ewing coloca umas paradas good vibes/feel good que não têm nada a ver com o arco todo – se era pra ser um final alegre, ele errou a mão e ficou bobo no tom, prejudicou a história.
E parece que é a última edição dele, né? Lá vamos nós pra mais uma Guardians of the Galaxy #1 que ninguém pediu, interrompendo o run anterior quando tava ficando bom. Arte competente do Juan Frigeri, porém – esse cara tem merecido trabalhos maiores. Podiam colocá-lo no gibi novo do J.M. DeMatteis sobre o Ben Reilly, ao invés do regularzinho David Baldeón, pffff.
NIGHTWING #84
Aquele crossover esperto com o “Fear State” que tá rolando no título principal do Batman. A DC deu um descanso pro Bruno Redondo e aqui é o Robbi Rodriguez que o substitui, mantendo a dinâmica do Redondo mas sem seus layouts de páginas matadores e inspirados. Dick é atraído a Gotham e entra na treta que é o “Fear State” – saído diretamente do Future State que, como falamos em várias ocasiões, virou o “mais provável e terrível” futuro próximo da DC. A saga não empolga muito, mas o Tom Taylor dá um jeito de fazer você se importar com o Dick nesse fogo cruzado, e é daqui que veio o novo uniforme da Batgirl/Barbara Gordon, que deu o que falar há uns tempos.
Edição apenas OK, mas diverte ao mostrar o Asa Noturna lutando com o Batman no automático e a relação bacana que ele vem construindo com a Barbara.
X-MEN #3
Não escondo que sou fã do Gerry Duggan e as duas primeiras edições me impressionaram bem mais que as do Jonathan Hickman pós HoX/PoX, mas essa terceira deu um balde de água fria: de novo uma pancadaria sem muito nexo com um aceno pro futuro e no fim os locais oferecendo um rango pros mutantes (como bem lembrou o Joel nesse detalhe), aí abre um subplot nas páginas finais e a história em si não anda. OK, é verdade que nisso há uma ressonância com as presepadas do Hickman na mensal anterior a essa, mas já não tava bom antes, agora a única alegria é a arte maravilhosa do Pepe Larraz ao invés dos rabiscos tenebrosos do Leinil Yu.
Porém, os subplots são legais e prometem: Ben Urich revelando ao mundo a capacidade de ressurreição dos mutantes cujo segredo apontei semana passada como furo bizarro, me interessa bastante, por exemplo. E é uma mensalzinha honesta, te faz querer comprar o próximo número e limpa a narrativa pra uma abordagem mais básica que há tempos não vemos de forma competente na franquia X.
SHAZAM! #3
Como a capa já diz – e falamos aqui mesmo recentemente, esse spinoff de Teen Titans Academy mantém o bom nível do seu título-mãe e dá seguimento à busca do Billy Batson pela Pedra da Eternidade, no inferno. Aparição mequetrefe da Ravena, mas o Tim Sheridan conta uma história boa de se ler e que tá bem encaixada no que acontece nos demais títulos.
Mas céus, como lamento a arte do Clayton Henry desde sempre. Aqui não é diferente.
X-MEN: THE ONSLAUGHT REVELATION #1
Gostei bastante das soluções pra “religião mutante” do Noturno, o papel do Legião em Krakoa, uma redenção honesta pro Fabian Cortez e de onde veio o Massacre nessa treta toda. Fugiu de muitas obviedades possíveis e tá em linha com a nova moral e novos valores que os mutantes adotaram – não necessariamente condizentes com os nossos, humanos. O Simon Spurrier acabou sendo o homem certo pra contar essa história mesmo, na mão do Hickman viraria uma Bíblia do Noturno em Diagramas, naquela linguagem krakoana COCÔ que nada mais é que um “Código Herói” reloaded (lembram da revista Herói, ou vocês são XOVENS demais?). Bob Quinn desenha honestamente esse gibi.
Minha crítica mesmo vai pra essa tendência editorial de transformar tudo em edição especial: X-Factor cancelada em prol de Trial of Magneto, Way of X terminando um número antes pra essa edição sair como especial com um #1 na capa, etc – parece que o Nick Lowe, editor porcaria do Homem-Aranha, tá fazendo escola na franquia X.
Um comentário sobre “Enquanto Isso, Lá Fora… #07”