Enquanto Isso, Lá Fora… #06

Semana de coletânea internacional, de aniversário de equipe idosa e de minisséries interessantes. O que teve de bom saindo na semana de 15/09 – ou não tão bom assim?

BATMAN: THE WORLD

Projeto ambicioso da DC Comics, essa edição de 176pgs tem artistas de 14 nacionalidades contando histórias do Batman em seus respectivos países. No geral, muitos nomes novos, dos quais só reconheci o Paco Roca. Da equipe brasileira, temos o Carlos Estefan e o Pedro Mauro, ambos conhecidos da Trilogia Gatilho, com cores da Fabi Marques.

No geral, o nível das histórias é acima do esperado para uma coletânea com pouca ou zero interferência editorial, mais comemorativa/expositiva do que com foco nos personagens mesmo. Da história no Brasil, que é o que todo mundo quer saber, eu diria que ficou bem na média. Explico.

A arte é boa sim, traço bom com ótimas cenas e visuais, colorização bem competente que às vezes pesa no digital e briga com o traço (já falei disso outras vezes, uma implicância minha com colorizações modernas) e pesa também na quantidade de cores por página (como na que faz um tour por símbolos turísticos do país). A história tem pontos bons, mas a necessidade da crítica social escancarada (enquanto o papel do político com quem o Bruce conversa é bem mais interessante) e essa página de tour gratuita depõem contra.

 

FANTASTIC FOUR #35

Uma belíssima edição comemorativa dos 60 anos do Quarteto Fantástico. Não é brilhante, longe disso, mas tem o tom necessário pra comemoração e pra “celebrar” também a volta do John Romita Jr. à Casa das Ideias. Na história principal, o Dan Slott mostra diversas versões do Kang visitando o Quarteto Fantástico em momentos diferentes do tempo em busca de um artefato – inclusive uma versão futura inédita. Ao fim, uma grande revelação que dará o tom das próximas edições do run.

A graça da coisa mesmo está nas duas histórias mais curtas que completam a edição. Na primeira, o Jason Loo brinca de forma inteligente com a linguagem de quadrinhos e entrega algo simples, mas bem divertido de se ler. Na segunda, o Mark Waid reconta a partir de declarações do Reed Richards o acidente que deu poderes aos quatro – na verdade são mais adaptações de motivação e contexto, que não brigam com a história da primeiríssima edição do grupo mas a “traduz” pros dias de hoje.

SUPERMAN AND THE AUTHORITY #3

Sigo sem entender muita coisa de pra onde vai esse gibi, sem entender se é mini ou mensal nova, se tava realmente planejado pro 5G da editora ou se o Grant Morrison tá só improvisando mesmo. O fato é que a leitura é boa, o careca cospe conceitos legais toda hora e as artes do Mikel Janín e do Travel Foreman são ótimas.

IRON MAN #12

O Christopher Cantwell se perdeu totalmente, a única coisa que presta nesse gibi é a arte – e nesse número é o Angel Unzueta que desenha, mantendo uma identidade artística com o estilo do Cafu nas anteriores.

Atenção: tem um famigerado neon@zi com o mesmo nome do escritor desse gibi por aí. Não confundam.

JUSTICE LEAGUE #67

Bendis segue fazendo o que sabe fazer de melhor: mais uma enrolação em 22 pgs onde nada acontece feijoada…

X-MEN: THE TRIAL OF MAGNETO #2

Duplo plot twist carpado nessa edição. Depois de um começo complicado com algumas descaracterizações graves, a Leah Williams acerta a mão na #2 e conta uma história que te deixa interessado porém confuso: “o que a Hope disse pro Magneto?” é a principal pergunta dessa edição. A chegada dos Vingadores a Krakoa por conta da morte da Feiticeira Escarlate (ei, não é spoiler, a Marvel divulgou essa capa há meses) só deixa claro um puta furo dessa fase do Hickman: como é que TODOS OS MUTANTES SABEM DOS PROTOCOLOS DE RESSURREIÇÃO E NINGUÉM DEU COM A LÍNGUA NOS DENTES?

Vai me dizer que Groxo, Blob, a galera da FLM e cia criaram consciência de classe agora? Enfim, boas caracterizações e desenrolar. Que o fim dessa história traga mudanças relevantes pros envolvidos – minha aposta segue sendo a de recolocar a Wanda (e o Pietro) como mutantes. Desenhista brasileiro aqui também, o Lucas Werneck.

 

TITANS UNITED #1

Lá vamos nós com mais uma mini dos Titãs pra saber se é mais uma interação da equipe, novo reboot ou história fora da cronologia. Aí lá vou eu ler toda a edição e…. continuo sem saber do que se trata. Sério, tem todo mundo que tá nos Titãs hoje (lá no Teen Titans Academy – do qual já falei recentemente) mas esse é o Superboy dos Titãs do Geoff Johns, que vimos recentemente no Esquadrão Suicida do Robbie Thompson (também comentei desse) e que vimos NÃO ser o verdadeiro Superboy? E esse namoro do Mutano com a Ravena, que já tinha sido ignorado?

Bom, quem sabe a próxima edição dê alguma pista… textos do Cavan Scott (não conhecia) e arte de mais dois brasileiros, o José Luis e o Jonas Trindade.