FAR SECTOR #1
Belíssima estreia, hein? Uma ficção científica policial quase noir, com arte inspirada, usando o legado da Tropa dos Lanternas Verdes em uma situação paradoxalmente alienígena e humana ao mesmo tempo. Toda a estranheza causada pelo conceito de uma civilização sem violência há séculos cria uma sensação bem trabalhada no roteiro da escritora N. K. Jemisin, o que torna ainda mais impactante o quanto as intrigas e interesses dos alienígenas são, essencialmente, as mesmas de seres humanos. O ritmo da história alterna com equilíbrio a tensão, a contemplação da protagonista, sua personalidade incisiva e o mistério cercando o crime. Sob o selo Young Animal, essa nova série começa com tudo que é preciso pra ser um sucesso ou, ao menos, um gibi cult. Como estamos sofisticados, hm?
FALLEN ANGELS #1
Uma história bem contada, uma estreia que cumpre bem o papel, arte primorosa, personagens interessantes. Mas é um gibi pra quem gosta de histórias angustiadas, personagens que se mutilam ou espancam uns aos outros como se estivessem dando “bom dia”, aquela coisa deprê bem oitentista. Teve uma minissérie com esse mesmo nome, acredito que com alguns dos Novos Mutantes, nos anos 80. Se o tom nesse gibi de hoje for indicativo de como foi o original, vou nem procurar pra ler. De angustiada já basta a vida.
SUPERMAN #17
Uma edição interlúdio que também é um prólogo. Kal-El tenta lidar com tudo que aconteceu nos últimos tempos, buscando apoio em Lois Lane e Kara, enquanto cuida de situações como os experimentos clandestinos dos S.T.A.R. Labs e faz uma visita ao General Zod em Novo Krypton. Tudo isso conduzindo para a próxima chacoalhada no status quo do personagem, que já não é mais spoiler desde que o New York Times revelou que Superman vai contar pra todo mundo que é Clark Kent. Uma boa edição, embora a arte de Kevin Maguire esteja um pouco estranha, não tão limpa como de costume.
BATMAN’S GRAVE #2
Warren Ellis enrolando, que conceito! Faltou inspiração, daí o bastardo veio e mostrou que mesmo no automático consegue fazer uma história do Morcego mais honesta do que muita gente, COF, Tom King, COF, consegue. Bryan Hitch já mostrando cansaço, uma pena.
GUARDIANS OF THE GALAXY #11
Penúltima edição desse volume escrito por Donny Cates, um run que termina deixando a impressão de ter sido criado apenas pra manter a cadeira quente até o próximo evento ou fase cósmica. E não é especulação: está aí Annihilation: Scourge, a nova guerra espacial da Marvel prestes a ser lançada. No próximo e último número, veremos o que será dos Guardiões da Galáxia e da multidão de personagens que reapareceu nessa décima primeira edição.
HAWKMAN #18
Conheça Sky Tyrant, o Gavião maligno da Terra 3, veja as versões heroicas dos inimigos do Gavião Negro nesse universo, acompanhe a chegada de Shayera Thal, a Mulher-Gavião thanagariana e lamente pela arte de Pat Ollife que tá fazendo mais rascunho do que desenho. Gibi honesto, leia e esqueça na última página.
X-MEN #2
Ah, rapaz… Agora, sim. Jonathan Hickman parou, sentou, pensou e escreveu o roteiro como era de se esperar dele, leve quando foi preciso e ardiloso onde foi necessário. Você lê a história sentindo toda a ligação com a nova fase e o panorama geral do tal Dawn of X, mas com os personagens e diálogos e cenas totalmente firmados no momento que estão enfrentando. Pra quem é mutuninha de longa data, foi especialmente tocante ver Scott, Nathan e Rachel tendo um momento família, mesmo que em meio à uma missão. Ficou genuíno e sincero, seja no esforço de Scott em tentar se conectar mais com os filhos, seja nas reações de Rachel transparecendo o quanto a moça é calejada pelo que sofreu.
Já o Kid Cable… Se você chiou com a cena bem humorada envolvendo esse Nathan pivetão na edição 1, vai ficar revoltado com o que Hickman fez com ele nessa. Aceite um conselho: deixe de ser chato, aceite que é uma versão mais jovem e por isso mesmo permite uma abordagem diferente, pois ele foi O personagem dessa história. Leia com o espírito desarmado e se divirta com um Cable com potencial para ser um dos melhores personagens dessa nova fase. Sem spoilers, mas tenha isso em mente: Nathan Summers não sabe escolher presentes pra ninguém.
Quanto às subtramas envolvendo a mitologia criada (na verdade, recriada) por Hickman, conseguiram capturar com louvor a atenção. Dizem que o segundo capítulo geralmente é inferior ao primeiro, mas aconteceu o inverso dessa vez. Gibizaço.
