Uma rodada pelos gibis que saíram lá fora na semana de 28/07 – vamos usar a data sempre da quarta-feira da semana em referência que, como falamos na coluna anterior, é o principal dia de sair gibizinhos na gringa. Hoje temos alguns fins de arcos e vamos focar só na Marvel e DC – semana que vem tem BOOM! e IDW, aguardem! E vamos começar muito bem:
BETA RAY BILL #1-5
Daniel Warren-Johnson. Escrevendo e desenhando o Bill Raio Beta. Precisa falar mais alguma coisa?
Precisa? Ah, meu camarada, tu tem que conhecer o DWJ, então. Como já vimos no Thor do Don Cates, o Odinson destruiu o Rompe-Tormentas, o martelo do Bill, e ele ficou preso na sua forma mais poderosa. Agora, preterido em Asgard, incapaz de desfrutar do amor da Sif e sem sua arma, Bill pega sua nave Ferocímea e se junta ao Skurge e ao Pip, o troll, em busca da Espada do Crepúsculo (aqueeeeela do Surtur), lá em Muspelheim. Muita pancadaria, quebra de bar e um Bill em completo sofrimento pela sua situação. Vá ler, são só essas cinco edições mesmo, e o final pode não ser O final, mas com certeza é um baita gancho pro que o Cates pode trabalhar a seguir.
Aliás, “Ferocímea” e “Rompe-Tormentas” são duas das melhores traduções da Abril, junto com o Bóreas, da Corporação Infinito. Ah, e leia Mulher Maravilha: Terra Morta, Murder Falcon, Ghost Fleet, Extremity e qualquer coisa que o DWJ tenha feito – inclusive a história curta dele em Superman: Red & Blue #5.
DETECTIVE COMICS #1040
Mariko Tamaki começa a acertar a mão no seu run, nesse conto de interlúdio da saga atual, onde um vilão com um parasita alienígena mata a filha de um milionário de Gotham e culpa o Bruce Wayne e o Batman tem que proteger o Wayne e a Caçadora entra no meio e mil explosões acontecem em Gotham. Acho complicado ela e o Tynion usando muitos dos mesmos personagens ao mesmo tempo (como o prefeito Nakano) e indo em direções parecidas mas que não se cruzam. A arte aqui é do excelente Dan Mora, mas vinha sendo substituído pelo Vic Bogdanovic, um Greg Capullo genérico que agrada, mas tem zero substância.
ETERNALS #1-6
Fim do primeiro arco dos Eternos pelo Kieron Gillen com arte do Esad Ribic, no hype do filme, claro. Eternos é uma ótima e complexa ideia do Kirby mas quase sempre mal utilizada – inclusive pelo Kirby e pelo Gaiman (não adianta chorar, é verdade). Gillen começa falando de protocolos de ressurreição dos Eternos e gráficos que lembram DEMAIS os X-Men do Hickman e isso incomoda lá nas 2 primeiras edições, mas a história se desenvolve bem e a coisa vai sendo explicada de forma que entendemos como é uma coisa única o que vemos aqui com Eternos e a Máquina-que-é-a-Terra. O uso do Thanos como antagonista aparente é chato, mas faz sentido (os titãs são os primos distanciados dos eternos olimpianos), e o final da história amarra muito bem todas as propostas. Gostei demais de como o Gillen tornou complexas mas compreensíveis e interessantes as relações entre as cidades eternas. Arte do Ribic casando bem demais – o que nem sempre é o caso, mas aqui tá mais que aprovado.
CHECKMATE #2
Bendis é incapaz de contar uma história de forma linear. Sério, que diabo de necessidade de colocar flashback dentro de flashback é essa? Soa como uma trapaça com o leitor: ele inventa ali na hora que algo tenha acontecido antes, só pra fazer sentido nesse mês: “ah mas cadê a Tália?” “ah, a Tália…” à flashback da Tália explicando cadê ela. E nem tem o Daemon Rose nessa edição. Ponto mais que positivo pro Alex Maleev na arte. De resto, é Bendis sendo Bendis: melhor esperar sair o encadernado pra ler tudo de vez. Ou esperar saírem dois encadernados…
SUPERMAN: SON OF KAL-EL #1
Tom Taylor num bom começo de run, que amarra com o que foi prometido no Future State (o Superman-pai sumir?), mas sei lá… estou cético com essa vibe justiceiro social do Jon, no mesmo tom que o Taylor (heh) usou em X-Men: Red e a coisa morreu ali. Ainda acho bem bobo isso de terem envelhecido o Jon, perdendo um bom tempo de interação com o Damian. A história é boa, sim, com a arte OK do John Timms, que fez o Young Justice recente do Bendis.
CABLE #12
Gerry Duggan amarra bem a história e encerra o título do Kid Cable – que foi uma ideia legal lá em Exterminados mas virou um pastiche desde que o Hickman começou a usá-lo em Krakoa. A história fecha bem, no geral, mas é um tanto corrida e faz questão de criar uns paradoxos temporais. Nem sempre gosto do Phil Noto em supers, mas ele tá bem bom aqui. Repararam a sementinha que o Duggan plantou pra algo do universo cósmico Marvel no fim? Curti demais.
STRANGE ADVENTURES #11
Ninguém aguenta mais. Dava pra ter acabado na #6. A série que não usa onomatopeia, só pro “pew pew pew” (GIF do Ciro Gomes indignado).
AMAZING FANTASY #1
Uma baita viagem do Kaare Andrews, mas bem legal. Tenho boas e más lembranças dele: Potestade e Punho de Ferro – aqui ele parece ir mais pro lado da primeira e começa algo interessante: diversas versões de diversos heróis da Marvel caem num outro mundo meio Terra Média, meio D&D, e precisam entender o que tá acontecendo. Só pela capa com um Steve Rogers barbudo com um machado montando um gato voador gigante, você já imagina o quanto eles têm que entender. O Andrews escreve e desenha. Não é a primeira vez que a Marvel tenta ressuscitar esse título, onde o Homem-Aranha estreou, mas essa com certeza é a proposta mais interessante até agora.
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