É impressionante como os diálogos do Max Landis são fenomenais. Esse escritor ganhou mais espaço na indústria com a minissérie Superman: American Alien, lançada pela DC Comics em 2016. No entanto, creio que sua fama venha das séries de TV que criou e escreveu e das acusações de assédio sexual que vieram à tona em 2017. Afora essas questões, insisto nessa sua qualidade: diálogos. Na citada minissérie do Superman, seus diálogos fazem toda a diferença, na forma como retrata o jovem Clark Kent.
Entre outubro de 2016 e junho de 2017, a Image Comics publicou Green Valley, uma minissérie em nove partes, com desenhos espetaculares do Giuseppe Camuncoli, responsável também pelas belíssimas capas. Esse italiano de estilo único ganhou fama com o Homem-Aranha, mas também teve passagem marcante por Hellblazer, Daken e Darth Vader. Boa parte da graça desse gibi se deve ao seu estilo, suas expressões faciais marcantes e uns painéis belíssimo, além, claro, da ação.
Em Green Valley, acompanhamos um grupo de cavaleiros de um reino medieval, os grandes campeões desse reino. Os “Knights of Kelodia” são praticamente estrelas entre a população local, verdadeiras celebridades, idolatradas como tal. Essa fama não é gratuita: os cavaleiros são imbatíveis e colecionam vitórias e mais vitórias, sempre defendendo seu reino e sua população. Até que seu reino é destruído de forma inesperada e um profundo luto toma conta dos heróis.
Nisso, um poderoso feiticeiro domina um pequeno povoado com mão de ferro, subjugando os moradores e fazendo com que todos obedeçam suas ordens, servindo-o como verdadeiros escravos. Um jovem morador vai em busca dos “Knights of Kelodia”, na esperança de escapar da tirania do feiticeiro.
Contar mais do que isso estraga as surpresas, afinal, trata-se de uma minissérie bem curta. Mas basta você saber que Landis mistura história de cavalaria medieval, com dragões e muita ficção científica, incluindo viagens no tempo. Os diálogos – vale reiterar – são afiados e modernos, sem esse papo mais “clássico” e “arcaico” que a temática possa evocar. Além disso, o autor não se furta das situações mais absurdas para explorar o gênero, tão em voga em tempos de Game of Thrones. Ele brinca com gêneros aparentemente tão díspares, e o mais legal: funciona – e muito bem! Green Valley é diversão garantida e um respiro nesses tempos de mesmice.
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