E cá estou eu, de novo, fazendo review de um lançamento da Geektopia. Já escrevi sobre outra obra deles e já indiquei esse mesmo volume em nosso podcast sobre Ghosth in the Shell. Neste começo, os caras estão caprichando na escolha dos títulos. The Wicked + The Divine é algo que você já devia ter lido, a essa altura da vida. Te fará um bem danado.
Alex + Ada, por outro lado, acho que não te fará tão bem assim – ao menos a história te fisgará, com certeza. Sobretudo, se você gostar de ficção científica.
Primeiro de tudo: acho que você nem devia perder tempo procurando no Google algo sobre os autores. Dela, nunca saiu absolutamente nada por aqui. Dele, saiu uma minissérie pra lá de obscura em duas partes, em 2006, lançada pela Pixel Media com o título Ultra – Sete Dias. Além disso, uma outra minissérie, essa em cinco partes, da Mulher-Aranha, escrita pelo Brian Michael Bendis com o Brian Reed, isso em meados de 2007, durante a primeira Guerra Civil. Duvido muito que você lembre disso. Vamos lá, me surpreenda.
Caso lembre, meus parabéns: você é um(a) maldito(a) securento(a) dos infernos. Com sorte, terá alguma familiaridade com a arte do Jonathan Luna, que talvez não agrade a todos. Lembra do teu livro de inglês do CNA ou da Cultura Inglesa? É mais ou menos naquele estilo.
Sorte sua que a Geektopia liberou um preview mínimo, porque vai que… A arte não segue muito o padrão a que muitos estão acostumado, mas se encaixa como uma luva na proposta do roteiro (não é a toa que o Luna não só criou a história e a escreveu em conjunto com a Sarah Vaughn: ele também desenhou, letreirou, fez a capa, o design e a porra toda).
Chega de conversa mole: e a história? O Alex é esse zezinho com cara de tabacudo da capa. E, sim, ele é exatamente desse jeito que você tá vendo/pensando/julgando/xingando. Um coitado com poucos amigos e que anda bem triste, após o término de seu namoro. A história começa sete meses após esse fim, bem no dia de seu aniversário. Após falar com sua avó no telefone, ela resolve o presentear com um Tanaka X5, os androides mais avançados do mundo. E mais caros, também: não lembro de muitas histórias citarem esse fato, mas, aqui, um androide desses custa mais de um milhão de dólares (e, cá pra nós, eu não quero viver num mundo em que um milhão de verdinhas não vale o que realmente vale: muito dinheiro).
Bem descolada e prafrentex, sua avó compra um modelo feminino, logo batizada de Ada (ela mesma possui um modelo, o gatíssimo Daniel). Acredito que o resto você já deva presumir, né? Cara solitário, ainda chorando pela ex, ganha uma androide feminina. O que você, talvez, não sabe: esse primeiro volume engloba as cinco primeiras edições da série, que só tem quinze. Ou seja, mais duas edições e você termina. A outra coisa que você não sabe é que esse futuro de Alex + Ada é legal pra porra. Você já assistiu Ela, com o Joaquin Phoenix e a Scarlett Johansson? É bem semelhante (nas cores e na história).
Então, se você anda atrás de uma ficção científica com ótimas ideias acerca do futuro (sério, tem uns troços muito divertidos e originais), com uma história um pouco batida, mas com ótimos questionamentos, pode ir sem medo (apesar do preço). Alex + Ada vai corresponder as suas expectativas e tenho certeza que lá pela terceira edição você terá se acostumado com o traço do Jonathan Luna.
Roteiro: Jonathan Luna e Sarah Vaughn
Arte: Jonathan Luna
Editor: Eric Stephenson
Capa: Jonathan Luna
Publicação original: Alex + Ada - Vol. 1 (julho/2014)
No Brasil: Alex + Ada - Volume 1 (março/2017)
Nota dos editores: 4.5
Nota dos leitores: 3.0
Sci-fi simpático.
Minha nota: 3