O motivo de Espetacular Homem-Aranha #310 ser tão icônica

Na sexta-feira do dia 16 de julho, rolou a premiação do Eisner Awards durante a San Diego Comic Con. Esse evento que acontece dentro da maior convenção de cultura pop do mundo agracia os melhores trabalhos feitos em quadrinhos publicados nos Estados Unidos. Uma noite de coroação de grandes autores das HQs e entre os grandes agraciados da noite, existe uma publicação que merece muito o nosso olhar. Ela se chama Espetacular Homem-Aranha #310 e recebeu a estatueta de melhor edição única de quadrinhos e, de fato, que gibizão!

O nosso objeto de estudo foi lançada no mês novembro de 2018 e coroa a grande passagem do autor Chip Zdarsky escrevendo o cabeça de teia. A edição, que se chama Final, conta com roteiro e arte de Zdarsky e tem com certeza uma das maiores cartas de amor feitas para esse personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko. Ele é comovente, poderoso e lembra porque nós sempre nos identificamos com Peter Parker.

O gibi tem uma estrutura bastante simples. Ele conta a história de através de relatos de pessoas sobre o como o Homem-Aranha tem impacto na vizinhança e entre depoimentos, bons, ruins, estranhos, conhecemos Kyle, um menino que caiu na criminalidade por conta das condições familiares e esse garoto acaba apadrinhado pelo nosso herói. Durante a narrativa vamos vendo pessoas falarem sobre como cabeça de teia tem um poder de comover as pessoas e criar os mais diversos tipos de situações, ao mesmo tempo que isso vai se transformando em uma história carismática até seu clímax. Trágico. Pesado. Duro. Real.

Nesse momento nos sentiríamos quebrados. Zdarsky brinca com nossos sentimentos, nos faz querer aprender matemática com o professor Peter Parker e ao mesmo tempo te joga um balde de água fria. Ao mesmo tempo que isso tudo é tão ligado as notícias dos jornais brasileiros ou de qualquer parte do planeta. O roteirista te lembra que nesse mundo existem heróis, eles vestem máscaras e podem ser qualquer pessoa. Isso é o grande mote da história. Fazer o bem sem se importar com quem, basta ter boa vontade.

Ao mesmo tempo que vamos vendo esse documentário sendo gravado, conhecemos pessoas que fazem questão de mostrar gratidão por tudo que o Homem-Aranha faz: um vendedor de cachorro quente, uma pessoa que tem um encontro com uma garota e por causa de uma batalha do Aranha, acaba sujo e, para compensar, o teioso acaba doando a sua roupa para ele. Um gibi que não existe defeitos. Um história escrita por uma pessoa que entende o significado do Homem-Aranha para todas as pessoas que amam esse personagem.

Zdarsky, ao ganhar seu prêmio, coroa uma passagem magnifica pelo personagem, engraçada, trágica, poderosa, heroica e absolutamente perfeita. O autor consegue destacar seu trabalho durante um ano que foi de muita tristeza para o personagem. Em 2018 ele perdeu seus dois criadores, tudo isso em questão de meses. Porém, podemos ver que o legado desses dois grandes autores está vivo em artistas como o roteirista premiado por essa história, na galera que trabalhou em Homem-Aranha no Aranhaverso e outros tantos que já trabalharam com o personagem.

Esse gibi é aquele para ser lido, relido e re-relido. É excelente. Uma grande homenagem, uma grande história, aquela HQ que lembra o motivo de amarmos os heróis das histórias em quadrinhos e porque sempre devemos nos levantar após cair por mais que porrada que tomamos seja forte. É sobre isso que Homem-Aranha fala sobre aprender a se adaptar e crescer, evoluir e amadurecer. Esse é o motivo de amarmos Peter Parker, Miles Morales ou qualquer outra persona que vista esse manto.


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