Acabei de Ler #45

JOHN CONSTANTINE: HELLBLAZER – AMALDIÇOADO VOL. 1 – INFERNO NA PRISÃO

De Brian Azzarello e Richard Corben. Primeiro volume da polêmica passagem do Brian Azzarello no título do Constantine. E ele leva o John pra um universo bem conhecido do Azzarello. Pros Estados Unidos e numa prisão, cheia de gangues. E o John tem que usar todo o seu conhecimento pra sobreviver por lá, e intacto. Essa foi a primeira vez que um não-britânico escreve o título, e o Azzarello já estava famoso por 100 Balas. Fazia muito tempo que eu tinha lido esse arco e gostei da releitura. Mas o grande destaque fica por conta dia desenhos do Richard Corben, um dos grandes dessa indústria vital e que nos deixou recentemente.

DYLAN DOG #03 – MATER MORBI

De Roberto Recchioni e Massimo Carnevale. Essa é uma história diferente do que eu já li do Detetive do Pesadelo. Ninguém o contratou e ele não teve que ir atrás de nenhum mistério. Aqui o Dylan Dog descobre estar com uma grave doença, mas ele tem mais medo do hospital e dos médicos do que da doença. Os delírios que ele tem, visitando aquele mundo morto-vivo de quem está com uma doença terminal é puro terror. E ao invés do que normalmente aparece em suas histórias, essa é bastante crível, apesar dos aspectos fantásticos. Esse medo de uma doença grave e consequentemente da morte é algo que aflige todos nós. Os desenhos do Carnevale também estão belíssimos e sabem transmitir todo o terror que essa história tem.

AFRODITE – QUADRINHOS ERÓTICOS

De Alice Ruiz e Paulo Leminski. Uma coletânea de quadrinhos nacionais publicados nos anos 70 nas revistas Da Grafipar. Todas as histórias tem um quê de erotismo, seja no tema ou nas figuras desenhadas nuas  ou seminuas. Algumas das histórias contam os mitos da mitologia romana, pois eram publicadas originalmente em uma revista de horóscopo. Mas o grande achado dessa edição são os desenhos. Alguns dos mestres dos quadrinhos nacionais ilustram essas histórias, como o Júlio Shimamoto, Mozart Couto e Flávio Colin. Material muito legal!

CAPITÃO AMÉRICA: OPERAÇÃO RENASCIMENTO

De Mark Waid e Ron Garney. Essa pra mim é uma das melhores fases do Capitão América (acabou sendo interrompida pra fase Heróis Renascem). Mas de tão boa, quando acabou essa aventura da Marvel terceirizando seus personagens, a mesma equipe reassumiu o título. Esse título vem logo depois daquela horrenda fase do Capitão com uma armadura, já que o soro do supersoldado estava matando ele aos poucos. Aqui ficou estabelecido que o sangue do capitão já produzia os elementos que tornavam ele super, já sem o soro. Seu arqui-inimigo Caveira Vermelha o salvou para que Steve Rogers pudesse combater o Hittler. O arco seguinte é uma consequência disso, com o capitão sem pátria e tentando se inocentar de uma acusação de traição. Além da volta do Steve, tem a volta da Sharon Carter também, mas muito mais inquieta e rebelde do que sempre foi. O texto do Waid é uma delícia de ler, tanto que esse encadernado eu li praticamente numa sentada. Os desenhos do Garney estão lindos. Ele desenha um Capitão bem icônico.

MÉNAGE #01

De Germana Viana, Laudo Ferreira e Marcatti. Projeto dos três autores financiados pelo Catarse. Mas eles tem um estilo completamente diferente entre si. Então como dar unidade às histórias? Dando um tema único. Nessa edição, o tema é armário. Marcatti usa escatologia, como de costume, pra mostrar o que acontece quando um homem se fecha dentro do próprio umbigo (literalmente). A Germana usa seus desenhos pra mostrar como dois casais dos anos 50 acabam saindo do armário, mas se mantendo dentro dele, através de um armário que liga casas vizinhas. E o Laudo Ferreira mostra como as pessoas mantém suas fantasias dentro do armário da mente ao invés de explora-las com quem ama em nome da moral e dos bons costumes. Excelente gibi independente.

DAMPYR VOL. 1

Depois de estrear com o quarto volume, a Editora 85 volta com o Dampyr, agora a partir do primeiro volume, que já havia sido publicado anteriormente pela Mythos. E aqui é contada a origem do Harlan Draka e o que é Dampyr. É uma criatura que é filho de um vampiro com uma humana e tem alguns poderes e não tem algumas das fraquezas dos vampiros. O sangue deles também é letal pros vampiros. E o Harlan aqui é apresentado como um charlatão. Ele não acredita em criaturas das trevas, mas se apresenta em pequenos vilarejos pra ganhar a vida. Até que ele é levado a esse mundo é descobre seus poderes e sua origem. E aí jura enfrentar essas criaturas da noite. Esse primeiro volume é muito bom. O clima de terror das histórias é ótimo e os desenhos trazem bem esse clima.

DR. SLUMP VOL. 9

De Akira Toriyama. Mais um volume de humor escrachado de Dr. Slump. O destaque pra essa edição é que o Dr. Norimaki finalmente conseguiu se casar com a professora, mas ninguém sabe como. Na lua de mel ele tenta despistar a Arale e o Gatcham, mas a professora é raptada e ele tem que resgatar. Ele passa o restante do mangá tentando consumar o casamento, mas nada da certo. Mais um divertido volume desse mangá.

CABLE VOL. 2 – OS MAIS NOVOS MUTANTES

De Ed Brisson, Jon Malin e Jesús Aburtov. Esse volume foi bem mais divertido que o primeiro volume do título do Cable. Talvez porque aqui é o puro suco dos anos 90. O Cable começa a investigar a morte de Candra, uma X-Eterna. Pra acabar com a ameaça, que reverbera pelo continuum temporal, ele reúne uma equipe no mínimo inusitada de mutantes pra ajudá-lo. E a parte dos anos 90 vai desde os desenhos do Jon Malin, que achei que estava tentando emular alguns trejeitos do Liefeld, até os personagens envolvidos na história, passando pela história de invasão de base. Mas de qualquer forma, esse gibi eu li numa sentada e foi muito divertido!

ASTRONAUTA: ENTROPIA

De Danilo Beyruth. Quarto volume do Astronauta do Danilo Beyruth, e com isso ele se torna o autor com mais títulos no selo Graphic MSP. Esse é um título com bastante aventura. O Astronauta ainda está perdido com Iss, filha do Astronauta de outra dimensão. Eles acabam encontrando um monte de sucata que ficou preso no fluxo gravitacional de um sistema solar binário. Eles acabam presos ali, mas não estão sozinhos. Eles acabam no meio de uma guerra, e precisam lutar pra escapar. O Beyruth é uma máquina de criar. E como ele já está bem familiarizado com o personagem, a história parece mais fluida. Esse foi um bom volume.


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