Acabei de Ler #17

WOLVERINE #1

Duas histórias nesse retorno oficial do Logan a uma mensal própria. A primeira é aquela velha e modorrenta mania de esbagaçar o coitado mental e fisicamente. Algo sádico e saturado, tipo despedaçar o corpo androide do Tornado Vermelho ou as partes robóticas do Cyborg na DC. Mas com vísceras e musculaturas e ossos expostos, no caso do mutante canadense. Tsc. E tem uns rolos com seitas e chás batizados de Krakoa, amnésia na moleira do Wolverine e sangue pra todo lado. TSC. De bom tem o irmão Kubert que vale desenhando sem preguiça, algo que sempre é bem vindo. Já a segunda história é muito boa, com Logan enfrentando vampiros, Omega Vermelho sendo bem utilizado e uma reviravolta legal. E arte do imitador descarado do Greg Capullo. 50% de aproveitamento do gibi, teje bão.

AQUAMAN #57

História legal, bem conduzida, arte de primeira, mas, caramba… O que esse povo tem contra o Arthur Curry Junior, hein?!?! Tava jurando que iam desfazer a tragédia que aconteceu com o menino nos anos 1970! Tudo bem querer criar personagem novo. Mas tem todo um drama de décadas aí pra ser corrigido. Salvem o Aquababy, seus miseráveis!!

X-MEN #6

Olha as pontas soltas de House of X e Powers of X reaparecendo. Finalmente vemos um pouco mais sobre as subtramas envolvendo a Mística e sua tentativa de trazer Sina de volta à vida. Aqui tem o Jonathan Hickman que vale, não o redator fubeca de comédia pra canal de Youtube que estragou New Mutants. Além do foco em Mística, vemos também a forma cada vez mais impiedosa que Charles Xavier tem se comportado, embora não seja uma descaracterização, afinal, esse é o Professor X manipulado pelas ações de Moira MacTaggert. Quando tudo é dito e mostrado, fica claro que Mística vai desempenhar um papel crucial na inevitável implosão dessa utopia mutante em Krakoa. Vem bagaceira por aí…

SUPERMAN #20

O desenrolar das consequências pela revelação da identidade secreta do Superman continua surpreendendo positivamente. E, o melhor de tudo, o que ninguém esperava acontecer, acabou por criar uma situação instigante. A atitude unilateral de Kal-El ao se colocar como representante da Terra no recém criado grupo intergaláctico dos Planetas Unidos, é misteriosamente revelada à imprensa norte-americana, levantando questionamentos quanto à uma possível arrogância do Superman. O sujeito que dedica sua vida a proteger outras vidas, enfrentando aquele que talvez seja seu pior inimigo, o cinismo humano. Brian Bendis tá indo realmente na essência do personagem, Ivan Reis tá fazendo o melhor trabalho de sua vida. Que tempo bom pra ser fã do Superman…
NEW MUTANTS #7

Definitivamente, Jonathan Hickman tentando fazer gibi-comédia é uma derrota. Ele conseguiu estragar tudo de bom que fez com o Roberto DaCosta em Vingadores há uns 5 anos, desperdiçou a reunião dos Novos Mutantes originais, além de esvaziar qualquer relevância desse arco em que a equipe foi ao espaço. Acabou se revelando um gigantesco “tanto faz”, que nem mesmo pra divertir serviu. E a (boa) arte do Rod Reis também foi prejudicada, com a constrangedora insistência em emular semelhanças com o trabalho do Sienkievicz, especificamente nas expressões faciais, usando aqueles “exageros” e círculos ao redor de olhos arregalados, tentando ser engraçado. Não funcionou, é claro. Vai escrever tensão e drama e teus diagramas que tu ganha mais, Hickman…

JUSTICE LEAGUE #40 e #41

Robert Venditti estreou na mensal da Liga da Justiça e depois de duas edições, deixou claro que é fã do desenho animado que fez a alegria de muita gente há uns 20 anos. Nem parece gibi do universo regular. Tá mais pra quadrinização da primeira temporada do desenho, pela simplicidade e até ingenuidade da trama e da narrativa. A ameaça da vez se aproxima, a Liga se mobiliza, ocorre o primeiro confronto, o inimigo leva a melhor, a Liga tenta se reorganizar. Mas tem outros pontos em comum. Nada de camadas, nem profundidade ou mesmo subtramas que possam ser desenvolvidas la pra frente. É tudo bem unidimensional mesmo. Outra coisa: em prol do roteiro, certas coisas são deixadas de lado. Temos 5 integrantes da equipe enfrentando o Erradicador e um grupo de aliens com níveis de poder iguais aos do Superman. E mesmo assim não aparece mais ninguém de reforço, EXCETO, uma personagem pra lá de obscura que usa magia. Enquanto isso, o Superman parece estar com o freio de mão puxado e o Lanterna Verde John Stewart se limita a usar a energia verde como se fosse um novato. Ainda assim… Pense num gibi divertidozinho. Se fosse publicado nos anos 1980, seria um daqueles que lembraríamos com carinho nostálgico. É uma grande bobagem. Mas legal, veja você a que ponto chegamos.

THE GREEN LANTERN SEASON 02 – EPISODE 01

Tem algo estranho nessa edição. Me deu um sono danado. E sou devoto do Morrison. Deixa reler de novo, pera…

MARAUDERS #7 e #8

Em duas edições, tivemos o retorno em grande estilo de uma importante personagem pra lá de secundária na mitologia X, a senhorita Callisto, bem como a contundente reação da unidade mutante dessa revista ao que ocorreu com sua capitã, Kate Pryde. Veja, a cada edição, estamos vendo Gerry Duggan escrevendo os X-Men que conhecemos, em um cenário inédito. E fazendo as duas coisas com maestria. A história com Callisto trabalha bem demais a dualidade da moça. E a coloca como uma incógnita previsível na trama de intriga que embala todas as outras tramas dessa série. Inclusive, a brincadeirinha que ela faz ao reencontrar Ororo é a síntese perfeita da personalidade da caolha morlock e do que podemos esperar de sua presença nessas histórias. Praticamente um interlúdio, mas totalmente integrado ao drama maior.

E é esse drama que vemos na edição seguinte.

O soldado futurista casca-grossa, sensibilizado pelo destino de Kate. O ex-namorado brincalhão, enfurecido e agindo como carrasco para descontar a revolta. A amiga e figura materna trovejando em fúria divina. E a reação mais surpreendente de todas, da mulher que já foi tanto inimiga quanto amiga de Kate, responsável por trazê-la para essa missão de risco. Se você lê X-Men há um certo tempo, vai reconhecer no trabalho de Gerry Duggan um amigo-leitor-mutuninha. O cara tá fazendo sua parte no contrato, entregando o que a Marvel quer, o que o Jonathan Hickman traçou, mas, acima de tudo, o que sempre deveria ser feito com esses personagens. Deixando as personalidades conduzirem as tramas e não o contrário.

LEGION OF SUPER-HEROES #4

A nova versão pra origem da Legião foi razoável, não destoou do que deve ser uma origem da Legião. A arte continua linda. Não foi uma edição tão boa quanto a anterior, mas ainda assim foi boa. Bora pra próxima.

THOR #1, #2 e #3

Embora o status do deus do trovão seja completamente diferente nessa nova mensal, a sensação é de que temos O Thor da Marvel de volta. Aquele que vimos pela última vez no começo da mensal na fase Dan Jurgens. É, aquele mesmo, que falava pomposo, era solene ao falar, imponente ao lutar e dava aula pra personagem de anime quando começava a elevar seus níveis de poder durante um combate. Nada contra as versões de J. M. Straczinsky, Matt Fraction e Jason Aaron. Cada uma teve seu valor. Mas nenhuma delas era o Thor que vimos dos anos 1960 até o começo dos anos 2000, salvo as exceções tipo a curta passagem do Warren Ellis ou a metade final da própria fase Jurgens. Mas essa nova mensal do Donny Cates vai agradar em cheio os leitores mais antigos, sem desagradar os mais recentes. Tem drama, tem ação, tem momentos extremamente humanos, mesmo em se tratando de divindades… Caso mantenha esse nível, tem tudo pra ser mais uma das excelentes mensais de personagens solo que a Marvel tá conseguindo emplacar.


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