Um dos primeiros lançamentos do ano da AVEC Editora é Justiça Sideral: Recomeços, de Deyvison Manes e Netho Diaz. Deyvison classifica a graphic novel como uma série policial Sci-fi, dois dos seus temas favoritos. “Quando era criança eu já desenhava as minhas histórias. E tinha um conhecido do meu pai, um artista chamado Marcos Paz que desenhava para um jornal local e sempre me dava exemplares de uma série policial que ele produzia. Me lembro de passar horas tentando copiar os desenhos. Contudo, com o passar dos anos eu tive alguns problemas de saúde que impossibilitaram trabalhar com desenhos, mas ainda assim queria produzir meus quadrinhos e acabei desenvolvendo essa parte de escrita para me envolver na produção de alguma forma”, confessa Deyvison.
A ELITE (Esquadrão de Legisperícia, Investigação e Tática Especiais) é uma agência anticrime especializada nos mais diversos casos. No planeta Sansara, a lei é cumprida graças aos esforços de agentes altamente treinados. As agentes Anisha Seubert e Eileen Haas pegam um caso de roubo de informações, onde supostamente alguém roubou dados de um dos laboratórios da Argotech. Mas no decorrer das investigações, elas se deparam com uma série de evidências que apontam para algo muito maior do que elas imaginavam. Algo que compromete até mesmo a própria ELITE. Essa é a premissa da graphic novel. Este encadernado compreende todo o primeiro arco de histórias da HQ Justiça Sideral.
“Seria uma extrapolação do nosso mundo, com caos urbano e máquinas por todo lado. A história segue os moldes de contos policiais com elementos de noir e ficção científica”, explica o autor e escritor da obra, Deyvison Manes, que nos convida a refletir sobre o significado do título deste arco de Justiça Sideral: “O nome “Recomeços” carrega um significado para a história, primeiro porque alguns personagens estão nesse processo de encontrar forças para continuar, recomeçar na carreira, e segundo porque o próprio projeto passou por este processo”.
Deyvison explica que antes de produzir este livro, outros quatro desenhistas passaram pelo projeto e com isso o autor teve que recomeçar algumas vezes. “Então esse sentimento de superação permeia o material, mas sendo sincero, meu maior objetivo com o material é que o leitor se divirta. Eu nunca tive grandes pretensões com a história. Não tem uma mensagem grandiosa ou lições a serem aprendidas. Eu sempre tento fazer algo que seja legal de ler, como aqueles blockbusters em que a pessoa vai ao cinema e tem uma dose de aventura e ação e sinta que valeu a pena embarcar na história”, reflete o autor.
Segundo o autor, Justiça Sideral veio um tempo depois como parte de um projeto de um portal de quadrinhos chamado HQs e Afins, desenvolvido no ano de 2008 com amigos do fórum Central de Quadrinhos. “O site não avançou, mas muitos dos membros do projeto seguiram com seus quadrinhos por conta própria. Então fui desenvolvendo o meu material de forma independente até o que temos hoje”, revela.
O desenhista de Justiça Sideral, Netho Diaz adianta que o maior desafio foi criar elementos futuristas na cidade que, além de visualmente interessantes, fizessem sentido dentro da história.
“Um desafio, mas muito divertido poder criar tantos elementos do zero. Deyvison sempre coloca fotos de referência no roteiro, que me ajudava a ter uma ideia do que ele queria, embora eu tivesse muita liberdade para criar. No geral, nos conversávamos muito para alinharmos o que tínhamos em mente. Filmes, desenhos, artes conceituais de jogos; tudo ajudava a criar aquele universo e o clima da história”, detalha o artista. Entre as influências da dupla criativa estavam filmes como Blade Runner e O Quinto Elemento. E as artes de Bryan Hitch sempre foram referência para enquadramentos e estilo de narrativa mais cinematográfica.
Conforme Deyvison e Netho, cinco anos foram necessários para finalizar a arte desta obra, sem contar o tempo de escrita do roteiro (e os diversos “recomeços”, comentados pelo autor no início desta matéria), mas valeu a pena os esforço pois a obra foi elaborada para ser um deleite para os fãs de Sci-fi, comics e amantes de quadrinhos em geral.
“Eu costumo dizer que, antes de tudo, eu tento ‘me’ agradar escrevendo. Sempre tento escrever algo que me dê orgulho de ter feito. Um roteiro legal, com boa dose de aventura e cenas de ação bacanas, mas isso aliado com uma boa trama que faça a história se desenvolver. Então espero que gostem do resultado. Foram cinco anos de produção, onde eu, o Netho e demais membros da equipe nos empenhamos em cada página para entregar o nosso melhor”, diz Deyvison.
Justiça Sideral: Recomeços tem formato 17×26 cm, 144 páginas coloridas com capa cartão e miolo em couché. Tem preço sugerido de R$ 79,90 e já está à venda nas principais livrarias do Brasil e também no site da AVEC Editora.