Menos hypado do que outros lançamentos recentes da Planet Manga, Jujutsu Kaisen acabou de chegar as bancas com uma capa que lembra um pouco outra série bem afamada por aqui: Parasite. No entanto, a comparação morre por aí. Em Jujutsu Kaisen temos maldições (monstros) assolando nosso mundo, mas nem todos podem vê-las. Somente alguns poucos que dominam a magia e conseguem exorcizar tais maldições. Como todo bom shonen, vamos aos clichês: começa logo numa escola, onde um pequeno clube de ocultismo se reúne e tem, entre seus membros, o jovem Yuuji Itadori. Forte e bom nos esportes, Itadori se inscreve justamente nesse clube porque era o que terminava mais cedo suas reuniões e ele quer logo ir para casa.
Nisso, eles encontram um objeto amaldiçoado: um dedo meio podre. Rompendo o selo (na verdade, ele está enrolado num papel e amarrado com um barbante), liberam algumas maldições. Sem saber como enfrentar aqueles monstros e batendo o desespero, Itadori faz aquilo que qualquer um de nós faria: ele come o dedo! Isso mesmo! Manda para dentro um pedaço de dedo apodrecido. Se essa premissa e esse protagonista não chamarem sua atenção, acredito que nada mais o fará. Lá pelas tantas, descobrimos que o tal dedo era parte de uma maldição antiga e fortíssima, que possui quatro braços (logo, 20 dedos) e agora eles precisam achar os outros pedaços e você já deve ter uma noção do que é necessário daqui para frente. Ah, vale dizer que a maldição segue viva e volta e meia entra em conflito com Itadori, tentando controlá-lo.
Logo mais surgem uma escola para o protagonista se desenvolver e os coadjuvantes que estarão ao seu lado nessa aventura. Tem o aluno veterano, a novata esperta e com alguma experiência, o professor nada ortodoxo, o reitor poderoso e por aí vai. Todos os clichês shonen seguem, como é de praxe. Por exemplo, além de ter mais força do que aparenta, Itadori tem seus próprios problemas familiares e sua personalidade explosiva. Porém, as batalhas realmente são dinâmicas e muito empolgantes e o autor, Gege Akutami, procura caprichar na criação das maldições, com monstros assustadores e poderosos.
De novo: não há muitas novidades. Mas é tudo muito bem feitinho e divertido. A parte mágica não se resume a porções, varinhas e feitiços com nomes estrambólicos. Tem espaço para porradaria também. A dinâmica do grupo protagonista é muito interessante e mesmo os coadjuvantes acrescentam algo à história, mantendo vivo seu interesse. Não encontrei imagens do mangá nacional no Google (apenas do anime) e fiquei com preguiça de escanear a minha edição. Mesmo assim, confie: os desenhos de Gege Akutami são muito bons e sua narrativa compreensível. De resto você já sabe: publicação bimestral, naquele formato e com aquele papel, naquele preço, naquela periodicidade. Além disso, é mais um mangá lançado pela Panini cuja publicação ainda está em andamento no Japão – ao contrário de Demon Slayer, outro lançamento recente da editoira. Então, colecione por sua conta e risco (e o risco aqui é imenso).
Roteiro: Gege Akutami
Arte: Gege Akutami
Editor:
Capa: Gege Akutami
Publicação original: Weekly Shonen Jump (2018)
No Brasil: agosto de 2020
Nota dos editores: 4.3